De ascendência indiana e jamaicana, a democrata Kamala Devi Harris, de 56 anos, toma posse nesta quarta-feira (20) como a primeira vice-presidenta dos Estados Unidos. Mulher negra, Harris deve representar uma nova guinada da política norte-americana em relação a pautas progressistas.
A vice-presidenta é filha de uma renomada pesquisadora de câncer da mama, a indiana Shyamala Gopalan, que emigrou em 1960 da Índia para os Estados Unidos. Já o pai da democrata, o professor de economia Donald J. Harris, veio da Jamaica.
Quando Harris tinha sete anos, ambos se divorciaram. Kamala e a irmã Maya cresceram em Montreal, Canadá, onde a mãe trabalhava como pesquisadora. Mais tarde, retornaram a Oakland, Califórnia.
Kamala Harris estudou Ciências Políticas e Economia na Universidade Howard, em Washington. Mais tarde, cursou Direito em na Universidade da Califórnia, em São Francisco.
Em relação à carreira, a democrata costuma ser pioneira nos cargos que ocupa. Antes de ser a primeira mulher a ocupar a vice-presidência nos Estados Unidos, Harris já quebrava paradigmas quando assumiu, em janeiro de 2011, o cargo de procuradora-geral da Califórnia. Ela foi a primeira mulher a ocupar tal vaga.
Em 2016, ela conseguiu se eleger como senadora pela Califórnia, também se tornando a primeira senadora de origem indiana e afro-americana. Nesse cargo, Harris adotou posicionamentos combativos em relação ao governo Trump.
Em janeiro de 2019, formalizou sua candidatura à presidência, mas desistiu da corrida interna do Partido Democrata durante a disputa prévias. “O futuro do nosso país depende de você e de milhões para levantar sua voz e lutar pelos valores americanos. É por isso que estou concorrendo à presidência dos Estados Unidos”, disse a senadora californiana, em uma entrevista na época da pré-candidatura.
Enquanto candidata à presidência, Harris chegou a defender diversas pautas progressistas, como legislações e ações mais duras para prevenir a violência com armas de fogo, a legalização da maconha recreativa, a redução de impostos para a classe média, a elevação do salário mínimo, o combate ao aquecimento global e a criação de um sistema de saúde universal a partir do programa existente Medicare.