Desde a última quinta-feira (7), o governo de Cuba passou a aplicar o soro nasal Nasalferon em todos os viajantes que chegam na capital do país caribenho, Havana, e nos seus familiares. A medida está no novo protocolo de segurança sanitária implementado pelo país após o crescimento de casos na capital.
O medicamento é um produto da indústria de biotecnologia de Cuba e tem como objetivo evitar a transmissão do SARS-CoV-2 e fortalecer o sistema imunológico. Nasalferon é um fármaco do tipo interferon, usado para impedir replicações virais.
O tratamento consiste na aplicação de uma gota do produto em cada narina duas vezes ao dias em um prazo de 10 dias.
Segundo Ileana Morales Suárez, diretora Ciência, Inovação e Tecnologia do Ministério de Saúde Pública, a estimativa é que 35 mil pessoas recebam o soro nessa fase. "Após cinco dias de uso será feita uma interrupção e a intervenção continua até avaliarmos a sua eficácia e a possibilidade de a alargarmos ou não ao resto do país", disse à jornalista Raquel Liriano, do Tribuna de La Habana.
Em entrevista ao Página 12, Morales Suárez garantiu que o soro apresentou uma eficácia de 93% entre as equipes médicas que trabalha na chamada "Zona Vermelha" dos hospitais.
Mais de 17 mil profissionais de saúde cubanos, além de 1,1 mil pessoas de grupos vulneráveis, já fizeram uso do medicamento. Segundo o diretor do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), Gerardo Guillén, os integrantes das brigadas médicas internacionais estão entre os que utilizaram o soro.
De acordo com o relatório de pesquisa do CIGB, entre 30 a 45 minutos após a administração nasal do Interferon foi notado um aumento nos marcadores das respostas antivirais e imunológicas inatas ao nível da mucosa orofaríngea e nos linfócitos do sangue periférico.
Para entrar em Cuba é necessário apresentar um teste negativo de Covid-19.
Com informações do Página 12, do Prensa Latina, do Granma e do Tribuna de La Habana