Um incêndio destruiu o maior campo de refugiados da Europa, na ilha de Lesbos, na Grécia, durante a madrugada desta quarta-feira (9). O campo Moria é o lar de 13 mil pessoas e é conhecido por estar superlotado, com problemas graves de infraestrutura e segurança que constantemente eram denunciados a autoridades locais e internacionais.
Cerca de 25 bombeiros com 10 veículos lutaram contra as chamas enquanto os refugiados eram evacuados. Alguns sofreram ferimentos por exposição à fumaça. A polícia bloqueou cerca de 12 mil que se dirigiam para a cidade portuária de Mitilene e que agora são mantidos na estrada. O campo ficou completamente destruído.
De acordo com o prefeito da cidade Moria, Yiannis Mastroyiannis, o incêndio começou depois de os 35 dos requerentes de asilo que tiveram resultado positivo para covid-19 se recusaram a ser transferidos para um centro de isolamento.
A partir desse momento, houve um protesto contra as regras relativas à pandemia de coronavírus e começaram os confrontos entre os refugiados. Alguns teriam ateado fogo tanto no interior do campo como no olival que rodeia o local, ainda de acordo com o relato das autoridades.
"O fogo alastrou dentro e fora do campo e destruiu-o. Há mais de 12 mil migrantes a serem vigiados pela polícia numa autoestrada", disse Mastroyiannis. "É uma situação muito difícil, porque alguns dos que estão no exterior incluem pessoas que são positivas", acrescentou.
Ainda não há informação sobre vítimas. Os bombeiros continuam sem conseguir acessar tendas e contentores de alojamento devido ao calor.
A União Europeia concordou em financiar a transferência de 400 adolescentes e crianças desacompanhados para o continente e suas acomodações, de acordo com a comissária de assuntos internos da UE, Ylva Johansson.
"A segurança e o abrigo de todas as pessoas em Moria é uma prioridade", escreveu Johansson, no Twitter.