O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, declarou na quinta-feira (3) que funcionários do seu país interceptaram uma conversa entre agentes de inteligência da Polônia e da Alemanha, que comprovariam, segundo ele, que a afirmação da chanceler alemã Angela Merkel sobre o envenenamento do oponente russo Alexei Navalny é uma falsificação.
“Acompanhando os acontecimentos na região nestes últimos tempos, percebi que o Ocidente tem uma nova característica: o de insistir na tese do envenenamento. Devo dizer que, antes do discurso de Merkel, no qual ela disse que havia gente interessada em calar Alexei Navalny, nós interceptamos uma conversa. Entendemos que, nesse diálogo, agentes de Varsóvia estão falando com Berlim”, explicou Lukashenko durante uma reunião em Minsk, capital da Bielorrússia, na qual também participou o primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishustin.
O líder bielorrusso diz que a autenticidade da gravação que menciona será comprovada após a entrega do áudio e da transcrição da conversa com o FSB (sigla do Serviço de Segurança Federal da Rússia). De acordo com Lukashenko, a gravação “diz claramente que é uma falsificação: não houve envenenamento de Navalny”.
“Pelo que eu entendi, um grupo de especialistas preparou os fatos para a administração Merkel, e até as declarações que ela fez. Eles fizeram isso para, segundo suas palavras, ‘desencorajar Putin em seu afã de meter o nariz nos assuntos bielorrussos’”, declarou Lukashenko.
O Governo da Alemanha reagiu rapidamente, negando as palavras de Lukashenko sobre a alegada falsificação do envenenamento do oponente russo. “A afirmação obviamente não é verdadeira. Não há mais nada a acrescentar”, foi o comentário de um representante do governo alemão contactado pela agência russa de notícias TASS.