Os “orientalistas” brasileiros da grande mídia, Guga Chacra e Diego Bercito, rapidamente produziram seus textos e comentários. Como sempre acontece, a ladainha da cultura árabe, da comunidade libanesa no Brasil e aí vem os nomes de famílias importantes e conhecidas etc. etc.
Podem reparar que o texto é sempre o mesmo, independentemente do pais e das circunstâncias. Mas, aqui destaco duas pérolas. A do Diego Bercito: "uma das instituições mais emblemáticas dessa diáspora é o Hospital Sirio-Libanes... há ainda os históricos clubes paulistanos como Homs e Monte-Libano”.
Tenho dito que uma das armadilhas da dominação política e econômica no Oriente Médio é dissolver as contradições de classe numa imaginária “cultura árabe”. Claro, Sr. Diego, os milhares de libaneses no Brasil são plenamente reconhecidos por essas instituições que citou.
Já o Guga, descendente de libaneses, vai mais longe e toca em pontos que, no fundo, revelam algo histórico entre Líbano e Israel, as conexões entre uma certa elite libanesa e o sionismo. Vejam o que ele diz: “A Confederação Israelita do Brasil se solidariza à comunidade libanesa após a trágica explosão em Beirute. A prefeitura de Tel Aviv, em ato simbólico, ficou iluminada com a bandeira do Líbano”. Ou é muita ingenuidade ou é ser muito cínico. Que ato fantástico! Iluminou a bandeira do Líbano? Puxa vida!
Mas, o mais importante é o não dito, afinal de contas é isso que a ideologia faz. Não vou mencionar aqui os massacres de Israel na década 80, no Líbano, mas algo mais recente. Ha, exatamente 14 anos, Israel cercou Beirute e foi uma chuva de bombas.
A foto no destaque de Beirute não é de hoje, mas de agosto de 2006.