Guillermo Ruiz Hernández, procurador-geral do estado de Baixa Califórnia, no México, causou polêmica nesta semana, em uma palestra na qual comentou o assassinato de uma adolescente de 16 anos no dia 22 de agosto.
O caso em questão é o de Danna Miriam Reyes, uma estudante foi morta por quatro jovens com idades entre 18 e 23 anos, e aparentemente um deles havia flertado com a garota, mas recebido resposta negativa. Ela foi encontrada com 45% do corpo queimado, ferimentos no pescoço, nas costas e nos seios, além de sinais de haver sido estuprada.
“Infelizmente, na semana passada, houve o caso dessa garota de 16 anos, mas também, ela tinha tatuagens em todo o corpo…”, alegou o promotor.
O vídeo com a declaração de Hernández viralizou e a Comissão de Direitos Humanos do Estado de Baixa Califórnia pediu uma retratação. “Não se poder estigmatizar as vítimas de crimes como feminicídio ou qualquer tipo de violência contra as mulheres”, afirmou um comunicado publicado nesta sexta-feira (28).
A nota também afirma que é “inaceitável que referência a modificações corporais, como tatuagens, sejam associadas a conduta criminosa por um promotor”.
Além da Comissão de Direitos Humanos, diversos coletivos feministas do México e vários países da América Latina reagiram ao caso, repudiando o promotor Hernández e suas palavras através da hashtag #MisTatuajesNoJustificanTuViolencia (“minhas tatuagens não justificam a sua violência”).