Na segunda-feira (24), uma notícia intrigou a comunidade científica mundial. Pesquisadores da Universidade de Hong Kong divulgaram que um homem de 33 anos testou positivo para o novo coronavírus pela segunda vez.
O homem havia sido curado em abril e, neste mês, retornando de uma viagem à Espanha, constatou-se o novo contágio.
Acreditou-se inicialmente que o homem poderia ser o que se chama de "portador persistente", mantendo o agente infeccioso em seu organismo mesmo depois de declarado curado.
No entanto, os especialistas descartaram essa possibilidade, afirmando que as estirpes do vírus detectados dessa vez são "claramente diferentes" do primeiro caso.
Isso, claro, coloca em xeque a expectativa de que, finda a pandemia, a população estaria automaticamente imunizada.
O que mais tem chamado a atenção é que o caso de Hong Kong não é apenas um caso raro e isolado.
Nesta terça-feira (25), especialistas holandeses e belgas também confirmaram casos de pacientes que se contagiaram duas vezes seguidas.
A notícia, no entanto, não surpreendeu a comunidade científica. "As infeções respiratórias podem ocorrer duas vezes ou até com mais frequência. Sabemos que uma pessoa não está protegida para toda a vida se tiver sido infetada uma vez, e é isso que esperamos da Covid-19", afirmou o virologista holandês Marion Koopmans.
O caso de dupla infecção na Holanda aconteceu em um paciente idoso e com o sistema imunológico deteriorado.
Já na Bélgica, uma mulher que havia contraído o vírus e se curado, testou positivo novamente três meses depois.
"Não é uma boa notícia", alertou o virologista belga Marc van Ranst. "Estimava-se que o tempo entre novas infecções fosse mais amplo", pontuou.
Intriga também o fato de que os três pacientes têm perfis distintos: um idoso, um homem relativamente jovem e uma mulher de meia idade.