As eleições da Bielorrússia ainda não acabaram. Embora as autoridades eleitorais do país tenham anunciado o fim da apuração, com 80,1% para o atual presidente, Alexander Lukashenko (que o elegeriam para um quinto mandato consecutivo), as ruas da capital Minsk e as instituições europeias não parecem dispostas a aceitar este como o último capítulo dessa novela.
Nesta sexta-feira (14), a União europeia afirmou, em comunicado oficial, que não aceitou o resultado das eleições.
O chanceler do bloco europeu, o diplomata catalão Josep Borrell, afirmou que a vitória de Lukashenko “está coberta por muitos indícios de fraude eleitoral, e pela violência policial desta semana”.
O comentário de Borrell foi feito após uma teleconferência entre os 27 ministros de relações exteriores da União Europeia, que terminou com um consenso de que as eleições na Bielorrússia foram “fraudulentas”.
“Os ministros reiteraram que as eleições não foram livres nem justas. A União Europeia considera que os resultados foram falsificados e, por isso, não os aceita”, declararam os chanceleres, em comum acordo.
Os chanceleres também apoiaram a ideia de estabelecer sanções ao governo bielorrusso devido à situação atual, mas não houve consenso sobre que punições deveriam ser tomadas.
Os números oficiais apresentados na quarta-feira (12) pela Comissão Eleitoral Central da Bielorrússia indicam que Alexander Lukashenko teve 70% a mais de votos que a segunda colocada, a líder opositora Svetlana Tsikhanouskaya, que teve 10,1%.
De acordo com o Ministério do Interior da Bielorrússia, cerca de 6 mil manifestantes foram presos durante os protestos realizados nesta semana, mas cerca de 2 mil deles já foram libertados.