A entrevista coletiva de imprensa nesta quinta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reclamou das últimas pesquisas de opinião, que mostram uma queda em sua popularidade e no quesito da opinião do público sobre como seu governo está administrando a pandemia no país.
A maior queixa do magnata tem a ver com a sua postura com relação à pandemia, em comparação com a dos dois cientistas mais requisitados pela mídia estadunidense nos últimos meses: Anthony Fauci e Deborah Birx, dois infectologistas que fazem parte do conselho assessor da Casa Branca, criado ajudar o governo a reagir à crise de saúde.
Segundo uma pesquisa realizada no final de junho pelo New York Times, 67% dos estadunidenses dizem confiar na palavra de Anthony Fauci a respeito de como a pandemia do coronavírus deve ser enfrentada, enquanto as recomendações de Deborah Birx contam com a confiança de 61%. No caso do presidente Trump, o apoio às suas medidas sobre a pandemia é de apenas 26%.
“Só posso concluir uma coisa diante desses números: Ninguém gosta de mim! Deve ser por causa do meu caráter, porque eu estou seguindo as recomendações do doutor Fauci e da doutora Birx, mas a popularidade deles está lá em cima, e a minha está muito abaixo. Eu queria entender a razão disso”, lamentou o presidente estadunidense.
No entanto, o argumento não é verdadeiro. Trump tem se destacado por contrariar as recomendações do conselho assessor, especialmente as dos cientistas do grupo, como Fauci e Birx, dando mais razão aos conselheiros militares.
Por exemplo, os dois infectologistas têm defendido desde o princípio a necessidade de impor uma quarentena rigorosa nas cidades mais povoadas, medida que é resistida pelo governo, que inclusive critica as cidades e estados que a tomaram – em postura parecida à de Jair Bolsonaro no Brasil.
Birx e Fauci também defendem a obrigatoriedade do uso de máscaras, medida que Trump se negava a apoiar até o início de julho, quando decidiu mudar de postura.