A polícia italiana anunciou nesta segunda-feira (20) que prendeu 26 pessoas ligadas a uma seita que recrutava garotas jovens, algumas menores de idade, e as transformava em escravas sexuais. As informações são da agência de notícias italiana ANSA.
A sede da organização ficava na província de Novara, e embora a maioria das pessoas presas eram mulheres, o líder era um homem de 77 conhecido como “o Doutor”, que impunha todas as decisões que os adeptos deveriam seguir a partir do momento que começavam a viver no local, segundo testemunho das vítimas.
Segundo a polícia, o grupo usou psicólogos profissionais que eram leais ao “Doutor”, os quais se aproveitaram da fragilidade emocional das vítimas e ofereciam a elas uma nova filosofia, que as levaria a um “mundo mágico, fantástico e extremamente secreto”, Daí por diante, a seita passava a doutriná-las e submetê-las a uma lavagem cerebral para que elas aceitassem a filosofia e as práticas sexuais impostas pela seita. Muitas dessas práticas envolviam abusos sexuais e torturas físicas e psicológicas.
A “filosofia” da seita dizia que, para alcançar o tal “mundo mágico, fantástico e extremamente secreto” era preciso “extinguir o eu pensante e inflamar o fogo interior”.
A seita também contava com uma rede de atividades comerciais diretamente relacionadas, incluindo duas escolas de dança, outra escola de artes chamada Celtic Sword, herbalistas, uma loja de artesanato e até uma editora. Atuavam em várias regiões da Itália, mas especialmente em Novara, Milão e Pavia,
Esses negócios também eram o principal meio por onde se recrutavam as vítimas potenciais e apresentavam a seita como solução para os problemas que elas diziam enfrentar.
A polícia afirma que a seita permaneceu escondida por trás dessas atividades por pelo menos 30 anos, e chegou a fazer mais de 50 vítimas – algumas delas passaram mais de 10 anos sofrendo abusos.
As investigações sobre o caso começaram no começo desde ano, quando uma das vítimas decidiu quebrar o silêncio e denunciar os abusos e torturas sofridas.
No momento, existem 30 suspeitos que as autoridades vão levar à justiça para responder pela escravidão e numerosos crimes na esfera sexual, também em detrimento de menores, no caso de serem considerados culpados.