EUA ameaçam e Opas diz que vai investigar programa Mais Médicos no Brasil

Com 60% de seu orçamento oriundo dos EUA, Organização Pan-Americana de Saúde deve fazer um pente-fino no programa cubano

Profissionais estrangeiros do Mais Médicos iniciam curso de preparação, com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa (Elza Fiúza/ABr)
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, anunciou nesta quarta-feira (15) que a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), pertencente à ONU, irá investigar a contratação de profissionais de saúde cubanos enviados ao Brasil através do programa Mais Médicos.

"O governo dos Estados Unidos comemora a decisão da Opas de iniciar uma investigação independente para revisar seu papel no programa Mais Médicos", informou Pompeo.

Responsáveis por 60% do orçamento da organização, os EUA haviam ameaçado cortar a verba caso a Opas não criasse uma comissão independente para investigar o programa.

De acordo com reportagem do Estado de S.Paulo, mais de 8.000 médicos cubanos participaram do Mais Médicos, programa criado para atender regiões pobres e zonas rurais do Brasil. Para os EUA, no entanto, a iniciativa "explora" os profissionais.

Na pandemia do coronavírus, o envio de profissionais de saúde cubanos para diversos países em crise também foi essencial para conter o avanço da doença. Desde o início da pandemia, o país enviou mais de 1.870 profissionais da saúde a 26 países, incluindo México, Principado de Andorra, África do Sul e Catar.