A jornalista da seção de Opinião do New York Times, Bari Weiss, deixou o jornal nesta terça-feira (14) e tornou pública a razão de sua demissão. No documento, ela acusa o jornal de parcialidade, critica a empresa por não protegê-la do "bullying" constante dos colegas e disse que a redação "tem o Twitter como seu editor definitivo".
Weiss diz que foi contratada em 2017 com o objetivo de levar ao jornal opiniões que não costumavam aparecer em suas páginas, como as de escritores iniciantes, centristas e conservadores.
Segundo ela, por conta disto foi chamada de nazista e racista pelos colegas ao tentar trazer as opiniões "politicamente incorretas" ao Times.
Uma das maiores reações sofridas por Weiss ocorreu por ocasião da publicação de artigo do senador americano Tom Cotton, que pedia a intervenção das Forças Armadas para conter os protestos contra a morte de George Floyd.
Parte da Redação do jornal reagiu formalmente, com uma carta ao jornal assinada por cerca de mil funcionários. Além disso, o artigo recebeu quase 2.400 comentários, a maioria negativos.
Weiss descreveu a turbulência dentro do jornal no Twitter como "uma guerra civil" entre jornalistas de diferentes gerações.
"Artigos que seriam publicados facilmente, há apenas dois anos, agora colocam um editor em sérios problemas, se não fora do jornal. E se uma reportagem é considerada suscetível de inspirar reação interna ou nas mídias sociais, o editor evita divulgá-la. O Twitter é o editor definitivo do jornal", escreveu a jornalista.
Com informações da Folha