Desde a morte de George Floyd, em meio a tantos protestos em várias cidades dos Estados Unidos, algumas lideranças negras têm aparecido em meio aos discursos e atos em repúdio ao racismo estrutural no país. Uma das mais fortes delas é Tamika Mallory, uma jovem de 39 anos, responsável por este discurso, realizado em Minneapolis, quatro dias depois do assassinato:
“O povo negro está morrendo, e não podemos ver isto como algo isolado. A razão pela qual os prédios estão queimando não é só a morte do nosso irmão George Floyd. Estão queimando porque as pessoas aqui em Minnesota estão falando com as pessoas em Nova York, com as pessoas na Califórnia, com as pessoas em Memphis, com as pessoas em todo o país, para dizer que agora chega!”.
Tamika Mallory surgiu como figura pública em 2017, sendo uma das organizadoras da Marcha das Mulheres daquele ano, que protestou contra a violência machista, no âmbito do Movimento Me Too.
A ativista pelos direitos humanos se reconhece como feminista, embora sua atuação nos últimos anos esteja mais direcionada à luta pelas comunidades afro-americanas e a favor do controle de armas no país.
Apesar do discurso em Minnesota, para onde viajou para participar de um ato em memória de George Floyd, Tamika costuma acompanhar os protestos em Nova York, cidade onde nasceu, e onde mora.
Seus pais, Stanley e Voncile Mallory, são membros fundadores da Rede de Ação Nacional (NAN, por sua sigla em inglês), uma organização que defende os direitos civis nos Estados Unidos e onde ela começou a militar desde adolescente – agora, está mais ligada ao movimento Black Lives Matter.
Em outro momento impactante do seu discurso em Minneapolis, Tamika disse: “não nos venham falar de saqueadores. Vocês são os saqueadores. A América vem saqueando o povo negro há séculos. A América saqueou os nativos americanos desde que chegaram aqui. Saquear é o que vocês fazem, e se fazemos é porque aprendemos com vocês. Nós aprendemos a violência com vocês”.
Embora seja reconhecida como uma importante líder social pela comunidade afro-americana, Mallory não faz parte de nenhum partido político e tem rechaçado perguntas sobre se tentaria um futuro na política institucional.