Ex-assessor revela em livro que Trump faz pouco caso da submissão de Bolsonaro

Obra de John Bolton conta que o presidente estadunidense considera que o Brasil “é um assunto irrelevante”, e que a subserviência do governo atual o torna menos importante que outros temas geopolíticos

Charge de Latuff Reprodução
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Um dos temas mais importantes nos Estados Unidos nos últimos meses é o livro de John Bolton, o ex-assessor de Segurança Nacional do presidente Donald Trump, que revela alguns segredos do magnata e atual inquilino da Casa Branca.

Segundo o jornalista Kennedy Alencar, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que se considera aliado estratégico do colega estadunidense, na verdade é visto em Washington como um personagem de menor importância.

O livro “The Room Where it Happened” (ou “O Salão Onde Aconteceu”) narra o período de pouco menos de um ano e meio em que Bolton foi um dos principais assessores de política internacional de Trump. No entanto, o Brasil só é citado 13 vezes na obra, e Jair Bolsonaro ainda menos: Bolsonaro, apenas 3 vezes.

Além disso, em algumas passagens, o Brasil é referido quase como um aliado “automático”, dando a entender que a submissão demonstrada pelo governo de faz com que o país se torne “um assunto irrelevante”.

Como comparativo, a Venezuela apareceu em 347 citações, e o nome de Nicolás Maduro foi reproduzido 196 vezes. Outro país com destaque foi a China, mencionada 365 vezes, e cujo presidente, Xi Jinping, foi lembrado em 90 passagens do texto.

Segundo Alencar, em texto publicado em seu blog, “basta fazer uma busca no livro de Bolton para ver que a parceria estratégica entre o Brasil e os Estados é uma mentira vendida pelo despreparado Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores. A subserviência de Bolsonaro a Trump não atende aos interesses do Brasil”.