O assassinato de George Floyd nos Estados Unidos continua causando indignação contra o racismo das polícias, e agora cruzou o oceano e se reproduziu na França, onde a comunidade negra conseguiu reunir milhares de pessoas em Paris, nesta terça-feira (2), para reclamar que enfrentam o mesmo problema.
Os protestos em Paris, que desafiaram a quarentena ainda vigente na capital francesa, foram liderados pela ativista Assa Traoré, irmã de uma das vítimas de abuso semelhante ao sofrido por Floyd, porém acontecido em 2016: o jovem Adama Traoré, que tinha 24 anos, quando foi detido para averiguação, e apareceu morto dias depois de ser visto pela última vez, quando entrava na delegacia.
“Esta não é uma luta só da família Traoré, é a luta de todos nós. Na França, no mundo. Hoje, lutamos também por George Floyd, por tantos outros em vários países do mundo onde a cor da pele te torna alvo”, disse Assa Traoré, em seu discurso.
Assa também lembrou detalhes do último dia de Adama: “meu irmão morreu no dia do seu aniversário. Ele vestiu uma camisa, pegou a bicicleta e foi dar um passeio. Mas, na França, um homem negro não pode sair para passear de bicicleta”.
Durante a manifestação, os participantes entoavam gritos de “revolução” e “todo mundo odeia a polícia”.
Antes do protesto, o chefe de polícia de Paris, Didier Lallament, publicou em suas redes sociais uma mensagem aos líderes da comunidade negra, dizendo que “entendia a dor deles”, mas afirmando que, para ele, na polícia francesa, “não existem raças, ou opressores racistas. Há funcionários comprometidos com a liberdade, a igualdade e a fraternidade”.