O embaixador da Venezuela na Organização das Nações Unidas (ONU), Samuel Moncada, compartilhou nesta sexta-feira (19) trechos do livro do ex-conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, John Bolton, que mostram o ímpeto colonialista do presidente Donald Trump.
"Trump insistiu que ele queria opções militares para a Venezuela e então tomá-la porque 'ela realmente faz parte dos Estados Unidos'", diz trecho da publicação compartilhado por Moncada.
O embaixador disse que o trecho demonstra que "é uma anexação militar colonial como ocorreu em Porto Rico que esses genocidas buscam".
"A anexação da Venezuela aos Estados Unidos é uma ideia racista com mais de dois séculos. A Doutrina Monroe de 1823 expressa essa aspiração imperial. Hoje, Trump, em seu delírio, usa esse zumbi ideológico, um símbolo de ódio e ganância, para saquear a Venezuela", declarou.
Outros trechos revelados mostram ainda que o reconhecimento do deputado Juan Guaidó como presidente da Venezuela fazia parte de um plano de tomada do ouro venezuelano e envolvia o Reino Unido. As reservas do minério são alvo de uma disputa na Justiça britânica envolvendo o Banco da Inglaterra.
Na quarta-feira (17), quando o The Washigton Post divulgou os primeiros fragmentos do livro, Moncada disse que o "é a prova do trabalho de dois racistas para destruir o mundo". "Não há dúvida sobre a natureza genocida do plano de anexação contra a Venezuela. É a ação do racismo colonial e aqueles que o apoiam são cúmplices neste crime histórico", afirmou.
Na ocasião, o Post não publicou a parte que Trump queria "tomar" a Venezuela, apenas que o presidente achava a ideia de invadir o país "legal" e que ele acreditava que faziam parte dos EUA.