Criador do Crossfit gera crise na marca após ironizar assassinato de George Floyd e pandemia nas redes: "É o Floyd-19"

Glassman criticou uma publicação do instituto de saúde dos EUA, que classificou o racismo como problema de saúde pública. Marca já perdeu patrocinadores e parceiros em todo o mundo

Greg Glassman, fundador da marca esportiva CrossFit (Divulgação)
Escrito en GLOBAL el

Greg Glassman, fundador da marca esportiva CrossFit, anunciou sua aposentadoria, após 20 anos, depois de causar uma crise sem precedentes na empresa após publicação irônica no Twitter, em que critica a panemia do coronavírus e faz uma relação com os atos antirracistas ocorridos nos EUA por causa do assassinato de George Floyd por policiais brancos.

Há uma semana, no dia 6, Glassman criticou uma publicação do instituto de saúde dos EUA, que classificou o racismo como problema de saúde pública. “É o FLOYD-19”, comentou Glasman, que horas antes teve uma declaração polêmica vazada, feita durante reunião com donos de academias da marca pelo aplicativo Zoom.

"Nós não estamos de luto por George Floyd – não acho que eu ou alguém do meu staff esteja", disse ele, na ocasião.

https://twitter.com/CrossFitCEO/status/1269404726581288960

Com a repercussão, Glassman voltou ao Twitter e aprofundou a crise ao criticar o "fracassado modelo de quarentena" defendida pelo instituto e fazer alusão com os protestos antirracistas.

"Seu modelo fracassado nos colocou em quarentena e agora você vai modelar uma solução para o racismo? O assassinato brutal de George Floyd provocou tumultos em todo o país. A quarentena sozinha é "acompanhada em todas as épocas e sob todos os regimes políticos por uma corrente de suspeitas, desconfianças e tumultos". Obrigado!", tuitou.

https://twitter.com/CrossFitCEO/status/1269691293958991877

Depois disso, ele começou a perder afiliados pelo mundo e parceiros como a Reebok. Na terça-feira (9), ele anunciou a aposentadoria. Em seu lugar, assumiu Dave Castro, 42 anos, então mentor dos Crossfit Games.

No Brasil, muitos parceiros da marca aprofundou aborrecimentos com a matriz, que já era acusada de não dar apoio durante a quarentena. A alta do dólar, que encareceu a taxa anual cobrada pela empresa, é outro agravante, dizem os afiliados que planejam deixar a marca.

“Para nós ‘Black Lives Matter’”, postou a academia CrossFit Arzo One, de Porto Alegre. O Wod Social Games, que reúne praticantes da modalidade também manifestou repúdio a Glassman.