O fim da tarde desta segunda-feira (1), em Washington, foi marcado por dois tipos de violência. Do lado de dentro da Casa Branca, o presidente Donald Trump realizou um discurso, ameaçando acionar as Forças Armadas para lidar com os protestos que proliferam em todo o país. Do lado de fora, manifestantes eram atacados com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
“Eu sou o presidente da lei e da ordem”, afirmou Trump, ao assegurar que pretende tomar medidas extremas caso as manifestações pelo país continuem. Ele chegou a invocar a chamada Lei de Insurreição, um texto de 1807 que permite ao presidente usar as forças militares contra o próprio povo, caso creia necessário “conter a desordem, insurreição e rebelião”.
Trump também disse que está de acordo “com manifestações pacíficas, mas o que estamos vendo é a ação de anarquistas profissionais, bandidos, vândalos, vagabundos, terroristas, antifas e outros, e contra esses nós vamos agir”.
Perto dali, nos arredores da Casa Branca, milhares de manifestantes começaram a sentir na pele e nos olhos o endurecimento da postura de Trump contra os protestos. A polícia local atacou o grupo com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, e provocou correria e confusão no local.
Trump fala no Rose Garden que é o presidente “da lei e da ordem”, enquanto policiais encurralam e jogam bombas nos manifestantes do lado de fora da Casa Branca. Agora! pic.twitter.com/gGNlhg1aN9
— Marina Dias (@marinaadias) June 1, 2020
Minutos após a repressão policial dispersar o público em frente à Casa Branca, Trump resolveu sair da residência, e caminhou, escoltado por militares e com uma bíblia na mão, até a Igreja de Saint John, que foi alvo de ataque dos manifestantes, na noite de domingo (31).
Trump heading to St John’s church. Asked about clearing out a park for a photo op. pic.twitter.com/4icg7olFPf
— Jim Acosta (@Acosta) June 1, 2020
Em outras cidades do país, este dia também foi marcado por atos em memória de George Floyd, o segurança negro assassinado por um policial em Minneapolis, após supostamente ter pago uma conta com um cheque falso. No dia 25 de maio, o oficial de polícia Derek Chauvin manteve seu joelho sobre o pescoço de Floyd por mais de 8 minutos, apesar de ele estar algemado, desarmado e deitado no chão.
Tear gassing and rubber bullets to clear the White House protests half an hour before curfew. #protests2020 #blacklivesmatter #JusticeForGeorgeFloyd #dcprotests pic.twitter.com/3I2AxGphFY— Michael Galant (@michael_galant) June 1, 2020