Nesta segunda-feira (6), o craque Ronaldinho Gaúcho completou um mês de prisão em Assunção, junto com seu irmão e empresário, Roberto de Assis.
Em meio a um mundo que vive em quarentena pelo coronavírus, poderia parecer uma situação problemática, mas a verdade é que, se comparado com o que vivem milhões de pessoas no mundo, forçadas a ficarem em casa para evitar o avanço do coronavírus, a situação passa a ser menos dramática.
A vida de Ronaldinho na cela da Agrupação Especializada da Polícia do Paraguai certamente é menos luxuosa que a da sua própria casa, mas tampouco se compara com a que vivem, por exemplo, a maioria dos presos no Paraguai, ou no Brasil.
A Agrupação Especializada é uma penitenciária reservada para presos especiais, a grande maioria ex-policiais. Lá, o ex-jogador tem 14 hectares de espaço para se mover, bem mais que o disponível para cerca de milhões de pessoas que, neste momento, enfrentam o isolamento obrigatório, durante a pandemia do coronavírus.
No quarto de Ronaldinho e seu irmão há duas camas, geladeira, televisor, ar-condicionado com regulação para calor e frio, e celulares disponíveis durante as 24 horas.
Durante as tardes, Ronaldinho costuma jogar futebol e futevôlei com os outros 30 presos, alguns deles condenados por crime como assassinato, tráfico de drogas, roubo à mão armada e corrupção. Além disso, o craque brasileiro é a grande vedete do local, e os demais presos estão tão felizes com sua presença que, no dia 21 de março, quando ele fez aniversário, se organizaram com os seguranças do presídio, e todos juntos prepararam um churrasco especial para ele e seu irmão
Durante as primeiras semanas na prisão, Ronaldinho e Roberto de Assis podiam pedir comida a domicílio – o que não é tanto uma regalia, ao menos nessa prisão, já que outros presos podem fazer o mesmo. Porém, recentemente começou a se alimentar com a comida servida no quartel.
"Oferecemos alimentação completa para os presos, mas eles podem receber refeições de fora ou cozinharem aqui dentro. Só não podem receber visitas neste momento devido à pandemia do coronavírus", explica Blas Vera, diretor do presídio, sobre as medidas de proteção aos presos.
Ronaldinho está preso aguardando uma sentença definitiva do seu caso, que pode tardar mais alguns meses, já que Justiça paraguaia está paralisada, devido à pandemia.
Alguns recursos serão avaliados nos próximos dias, até 13 de abril, e seus advogados tentam encaixar seu caso entre eles, e tentar ao menos que lhe concedam o benefício de prisão domiciliar. Se não obtiver sucesso, uma nova data seria estipulada, mas sem perspectiva de quando poderia acontecer.