São cerca de 12 mil pessoas aglomeradas em diferentes passos fronteiriços entre a Colômbia e a Venezuela. Pessoas que nasceram na Venezuela e deixaram o país em busca do sonho capitalista, e agora, a pandemia do coronavírus, tentam voltar ao país onde o Estado lhes garante atendimento de saúde gratuito e de qualidade, caso seja necessário.
Muitos decidiram regressar, também, após as declarações do presidente Nicolás Maduro, semanas atrás, dizendo que os cidadãos venezuelanos que queiram voltar serão bem recebidos.
No entanto, as autoridades de migração colombianas decidiram aumentar as restrições para o retorno desses cidadãos, argumentando que essas medidas são tomadas para regular a aglomeração de pessoas nos pontos de saída.
Segundo o diretor do Departamento de Migração da Colômbia, Juan Francisco Espinosa, o problema é que “existe um protocolo coordenado com os prefeitos e governadores do país para evitar multidões, e não contávamos com que tanta gente apareceria nos últimos dias”.
Não é o que dizem os venezuelanos, que alegam que os trâmites para o retorno passaram a ser bastante mais complicada. “Alguns nos pedem documentos que não temos, outros nos obrigam a esperar até que sair uma tal ficha de antecedentes, que pode demorar horas, às vezes mais de um dia. Muitas vezes, a impressão que temos é que eles não nos querem deixar voltar”, reclama Brayan Torres, um imigrante entrevistado pelo canal TeleSur.
Segundo o governo venezuelano, mais de 20 mil pessoas já retornaram ao país desde março – a maioria provenientes de países como Brasil, Equador, Peru e Colômbia. Projeta-se que ainda há cerca de 30 mil tentando retornar nos próximos dias, de diferentes países.