Uma lanchonete do McDonald's na cidade de Guangzhou, na China foi cenário de um ato de racismo neste domingo (12), quando o gerente do estabelecimento colocou um cartaz na entrada informando a proibição de clientes negros, devido a que “poderiam contagiar os demais clientes com coronavírus”.
O cartaz foi denunciado por um cliente chinês, e rapidamente se tornou viral, provocando diversos tipos de reação. A própria rede McDonald´s foi uma das primeiras a agir, com um comunicado no qual repudiou a medida tomada por sua sucursal, e pedindo desculpas aos seus clientes. “Não representa os valores da nossa empresa”, afirmou o documento, que também assegurou que aquele local será temporariamente fechado.
@McDonalds These signs are being posted in McDonald's restaurants in China after Africans are being blamed for Covid+19 pic.twitter.com/EULdr8fBQe
— Will (@Will36115099) April 13, 2020
Além disso, o caso também gerou conflitos diplomáticos. Na terça-feira (14), o ministro de Relações Exteriores da Nigéria, Geoffrey Onyeama, declarou que a situação configurou um “ato inaceitável de racismo, e reflete o preconceito que nossos compatriotas e outros cidadãos africanos enfrentam em Guangzhou”.
A União Africana também publicou um comunicado expressando sua “profunda preocupação com a situação que os imigrantes do nosso continente estão passando nesta cidade”.
O Ministério das Relações Exteriores da China não ficou em silêncio, e declarou, também nesta terça, que “a China é um país que dá grande importância à vida e à saúde dos cidadãos estrangeiros”, e que “esses atos de racismo são claramente repudiáveis, mas não representam nem o governo do nosso país nem o espírito do povo chinês”.
A China, país onde se originou a pandemia do coronavírus, possui mais casos de infectados do que todos os países africanos somados.