Grupo de Puebla acusa Bolsonaro de “obscurantismo”, e aponta erros de outros governos de direita em meio à pandemia

Organização progressista latino-americana critica medidas tomadas por países como Chile e Equador, mas especialmente o Brasil, e destacam que postura de Bolsonaro configura "crime contra a humanidade”

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O Grupo de Puebla, uma organização formada por partidos e movimentos progressistas da América Latina, lançou um comunicado nesta segunda-feira (13), no qual afirma que a pandemia do coronavírus demonstra o fracasso das políticas neoliberais e também de alguns políticos de direita da região, especialmente o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Segundo o documento, “o comportamento do presidente brasileiro Jair Bolsonaro é altamente preocupante, ao estimular o boicote às medidas preventivas que as autoridades governamentais em nível regional e municipal têm tomado de forma independente, para evitar aumentos de infecções e controlar a situação. Os apelos de Bolsonaro para quebrar essas medidas de segurança sanitária equivalem a um crime contra a humanidade”.

Além de Bolsonaro, outros presidentes criticados foram o equatoriano Lenín Moreno, que “tem ocultado informações sobre infectados e mortos (…) além de aproveitar a situação para avançar com a perseguição judicial contra o ex-presidente Rafael Correa”, e também o chileno Sebastián Piñera, que “tenta transferir os custos da crise da saúde para os trabalhadores, uma vez que as principais medidas aos setores mais vulneráveis serão financiadas com suas próprias economias, e com apoio financeiro aos bancos comerciais para conceder empréstimos com critérios e juros de mercado”.

O Grupo de Puebla também considera que “os países e os povos não podem decidir entre saúde ou economia. Esse é um falso dilema”, e aponta que “a solução para a crise do covid-19 é política, e essa política é a política progressista, uma vez que apenas ao revelar o papel do Estado em suas decisões sobre assuntos públicos faremos com que a solidariedade se imponha sobre o indivíduo e a integração de países além do meramente comercial garantam que nossos sistemas possam estar preparados para emergências como a que vivemos”.

“O mundo globalizado após esta pandemia deve ser o mundo da colaboração e ação coletiva nacional e internacional”, concluiu o documento oficial do grupo, após a série de reuniões que contou com a participação de figuras ilustres como os brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rouseff e Fernando Haddad, o argentino Alberto Fernández (único presidente em exercício do grupo), o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e o paraguaio Fernando Lugo.