Coluna de Nelson de Sá, na edição desta segunda-feira (9) da Folha de S.Paulo, destaca reportagens da mídia estadunidense mostrando que os grandes afortunados brasileiros estão buscando investimentos nos Estados Unidos após "outro ano desapontador" da economia brasileira, como classifica o Wall Street Journal.
Citando reportagem da Bloomberg, o colunista diz que "escritórios familiares que servem brasileiros ricos estão contratando em Nova York", formando equipes para buscar "alternativas de investimento" para os clientes "forçados a olhar para o exterior".
Segundo a reportagem, o movimento resulta da "riqueza crescente", com o salto de 21% no total de recursos brasileiros sob gestão financeira em 2019, para US$ 1,3 trilhão, e das "baixas taxas de juros" pagas agora no país. É o que "impulsiona a expansão para Nova York", para escritórios como Tera e BW, este "do clã Moreira Salles".
Fuga de dólares
Nos dois primeiros meses de 2020 chegou a R$ 44,8 bilhões, superando o valor retirado em todo o ano de 2019, de R$ 44,5 bilhões, sem contar ofertas de ações (IPOs? e follow.-ons).
O valor também superou a saída de dólares de todo o ano da crise de 2008, maior da série histórica da B3, quando foram sacados R$ 44,6 bilhões.
No ano passado, pela primeira vez desde 2014, o investidor brasileiro se tornou maioria na Bolsa de Valores de São Paulo.
Investidores estrangeiros retiraram cerca de R$ 40 bilhões da Bolsa paulista, em 2019, contrariando as previsões de que após a reforma da Previdência haveria uma enxurrada de dinheiro para o País.
No entanto, a tendência é que os ricos brasileiros sigam a manada internacional e busquem investimentos em outros países, aprofundando a crise econômica no Brasil.