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Menos de uma semana depois da passagem do presidente argentino Alberto Fernández ao Vaticano, seu conterrâneo, o Papa Francisco, recebeu duas delegações de economistas que irão decidir o futuro econômico do país sul-americano. Uma delas é a do Ministério de Economia da Argentina, e outra é a do FMI (Fundo Monetário Internacional). A pauta do encontro é a dívida argentina para com o organismo de crédito.
A ação mediadora de Francisco, iniciada nesta quarta-feira (5), é um dos trunfos de Fernández para tentar renegociar uma astronômica dívida deixada pelo governo neoliberal de Mauricio Macri, e o pontífice não perdeu a chance de interceder em favor do seu país natal.
Durante sua declaração, e estando ao lado da economista búlgara Kristalina Georgieva, principal autoridade do FMI, Francisco disse que “as dívidas (dos países) não podem ser pagas com sacrifícios insuportáveis (para o povo)”.
Em outra passagem de seu discurso, o sumo sacerdote afirmou que “claro que é justo que as dívidas devem ser pagas, mas não é lícito que isso leve à imposição de opções políticas tais que levem à fome e ao desespero de populações inteiras”, em clara alusão às políticas de austeridade que o FMI costuma impor aos países que solicitam sua ajuda financeira.
Em sua intervenção, durante o momento do encontro aberto à imprensa, Georgieva mostrou-se aberta à crítica do Papa, e disse que “a Argentina se encontra em um momento muito propício para colocar em prática medidas que levem a uma reestruturação bem sucedida de sua dívida, sem perder de vista as políticas de sustentabilidade e inclusão”.
Além de Francisco e de Georgieva, também estava presente no encontro o economista Martín Guzmán, ministro a Economia do governo de Alberto Fernández. A Argentina é, atualmente, o país que possui a maior dívida com o FMI, de 46,5 bilhões de dólares, toda ela adquirida em 2018, em acordo realizado com Mauricio Macri.