Argentina desmente boato de que consumo de álcool reduziria eficácia da vacina russa

Cientistas do país vizinho, um dos possíveis compradores da Sputnik V, disseram que rumor surgiu da deturpação de um comentário da vice-primeira-ministra da Rússia, Tatiana Golikova, sobre pessoas que sofrem de alcoolismo

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A imprensa argentina repercutiu nesta segunda-feira (7) uma entrevista com a vice-primeira-ministra russa Tatiana Golikova, na qual ela supostamente teria dito que o consumo de álcool, nos primeiros 42 dias após tomar a vacina russa Sputnik V “reduziria a capacidade do sistema imunológico de criar as defesas contra o coronavírus corretamente”. No entanto, cientistas argentinos responderam rapidamente a matéria, e afirmaram se tratar de um boato, baseado na “descontextualização da declaração da política russa.

Segundo o diário Página/12, um grupo de pesquisadores do Conicet (Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, órgão público que assessora a Casa Rosada na elaboração de políticas de combate à pandemia), a declaração de Golikova fala somente de uma recomendação para pessoas que sofrem de casos graves de alcoolismo ou vício em drogas, para buscar diminuir seu consumo nos primeiros 42 dias após tomar a primeira das duas doses necessárias da vacina russa.

“Não há evidências científicas suficientes para afirmar que a ingestão de álcool pode inibir a eficácia da Sputnik V em gerar as defesas necessárias contra uma futura infecção por covid-19”, afirmou Jorge Geffner, doutor em Bioquímica e investigador Conicet argentino.

O cientista argentino completou seu comentário dizendo que “no cenário russo, o alcoolismo é um problema realmente muito sério e as palavras da vice-primeira-ministra se referem a essa questão, como uma recomendação e não uma condição necessária para se tomar a vacina. O consumo de bebidas alcoólicas de forma recreativa não causa absolutamente nada na resposta imunológica do corpo (à vacina)”.

O governo argentino deve anunciar oficialmente, nesta semana, a compra de 25 milhões de doses da Sputnik V, que começarão a ser aplicadas na primeira semana de janeiro de 2021.

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