O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou nesta quarta-feira (30) que o país fechou um contrato com a Rússia pelo recebimento de 5,2 milhões de doses da vacina Sputinik V, produzida pelo Centro Gamaleya. O mandatário, que tomou posse no início de novembro, está há menos de 60 dias no cargo.
"Adquirimos 5,2 milhões de vacinas, adicionais às que obteremos com o sistema COVAX, com as quais cobriremos 80% de nossa população. Reiteramos a decisão de nosso governo nacional, as vacinas serão entregues gratuitamente ao povo boliviano", afirmou o presidente em mensagem publicada no Twitter.
"A vacina Sputnik V é segura, eficaz e em alta demanda. Infelizmente, o governo de facto não manteve relações com os governos russo, chinês, argentino ou mexicano. Esta aquisição não teria sido possível se o povo boliviano não tivesse eleito um governo democrático", disse ainda. "Agora podemos dizer à população boliviana: muita saúde no novo ano", finalizou.
Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta, o mandatário informou que o contrato prevê a chegada de 6 mil doses emergenciais em janeiro para imunizar as populações mais vulneráveis. Entre março e abril, chegariam 3,4 milhões. O restante ficaria para maio.
Além da Sputinik, a Bolívia espera cerca de 6,5 milhões de doses do consórcio Covax. No total, são 11,7 milhões de doses.
A Bolívia tem cerca de 11,7 milhões de habitantes. Como os imunizantes precisam de duas doses, há uma cobertura para 50% da população total do país, por enquanto.
O presidente afirma que pretende fechar novos contratos para garantir a imunização de, ao menos, 80% da população em 2021 - o que garantiria a chamada "imunidade de rebanho".
Esse acordo escalonado é semelhante ao que Chile, México e Costa Rica, que já iniciaram a vacinação, firmaram com a farmacêutica Pfizer e que a Argentina firmou com o Gamaleya. Os quatros países são os únicos latino-americanos a darem início à imunização.
O presidente argentino, Alberto Fernández, revelou no domingo que foi procurado por Bolívia e Uruguai para auxiliar na compra de doses da Sputnik V. Arce, no entanto, não comentou sobre a Argentina.