A atuação da OEA (Organização dos Estados Americanos) e do seu secretário-geral, o uruguaio Luis Almagro, durante o golpe de Estado na Bolívia, em novembro de 2019, serão alvo de uma comissão especial criada pelo Parlasul (Parlamento Sul-Americano), segundo informou nesta segunda-feira (21) o presidente do órgão, o argentino Óscar Laborde.
A comissão irá analisar as denúncias da OEA de que teria havido uma suposta fraude nas eleições presidenciais bolivianas de outubro de 2019, argumento que sustentou o golpe de Estado que derrubou o governo legítimo de Evo Morales, um mês depois daquele pleito – que, vale lembrar, terminou com Evo reeleito no primeiro turno.
Em entrevista ao canal BoliviaTV, Laborde disse que a comissão pretende averiguar “se houve algum indício concreto comprovando a fraude alegada pela OEA, ou se foi simplesmente uma ação política, na qual se baseou o golpe de Estado que o país viveu dias depois”.
“A investigação inclui um pedido de explicação por parte da OEA. Também é uma oportunidade para o organismo e seu secretário-geral reconhecerem seu papel nesse episódio”, completou o político argentino.
A comissão será conformada por membros da diretoria do Parlasul: além de Óscar Laborde, os vice-presidentes Daniel Caggiani (Uruguai), Arlindo Chinaglia (Brasil), Tomás Bittar (Paraguai) e Luis Emilio Rondón (Venezuela).