O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quinta-feira (18) a nomeação da líder indígena Deb Haaland para a secretaria de Interior do seu governo. Crítica do governo de Jair Bolsonaro, ela será a primeira pessoa indígena a ocupar um cargo ministerial no país.
Como deputada, Haaland atuou para dificultar os laços dos Estados Unidos com o governo Bolsonaro. Segundo a jornalista Julia Braun, da Veja, ela tentou derrubar dois acordos entre os dois países e foi uma das parlamentares que se mobilizou contra a aprovação da PL da Grilagem na Câmara dos Deputados do Brasil. Junto a outros congressistas estadunidenses, ela enviou uma carta ao presidente da casa, Rodrigo Maia.
Além disso, a futura secretária possui uma relação próxima com a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR). Segundo informações da jornalista Mariana Sanches, da BBC News Brasil, as duas estariam coordenando esforços para avançar em pautas de respeito aos direitos dos povos nativos e proteção ao meio ambiente nos dois países.
Em nota enviada à BBC, a parlamentar disse o seguinte: "Continuaremos colocando Bolsonaro na fogueira enquanto ele cometer violações dos direitos humanos, seguir no esforço para destruir a Floresta Amazônica e colocar nosso planeta em risco de um desastre climático ainda maior".
Primeira nativa
Haaland, que fez histórica como a primeira deputada indígena ao conquistar uma cadeira do Novo México nas eleições de 2018, será também a primeira ministra indígena da história do país.
Nas redes sociais, ela celebrou a indicação. "Uma voz como a minha nunca foi secretária de gabinete ou chefe do Departamento do Interior. Crescer na casa de Pueblo de minha mãe me deixou feroz. Serei feroz por todos nós, nosso planeta e todas as nossas terras protegidas. Estou honrada e pronta para servir", escreveu no Twitter.
Biden tem buscado montar um gabinete diverso após ter recebido o apoio de diversos setores no embate contra Donald Trump.