EMA não é só um animal que odeia cloroquina, também é a sigla da Agência de Medicamentos da União Europeia, que decidiu nesta terça-feira (15) antecipar a reunião emergencial que definirá a aprovação da vacina das farmacêuticas Pfizer (estadunidense) e BionTech (alemã) contra a Covid-19, infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.
O comunicado da EMA publicado nesta terça anunciou que a reunião decisiva acontecerá na próxima segunda-feira, dia 21 de dezembro, cedendo à pressão das duas empresas privadas para que o seu produto seja liberado mais rapidamente, em caráter emergencial. A população europeia vive o crescimento do número de infecções e mortes durante esta segunda onda da pandemia.
A pressa das autoridades europeias contrasta com a postura que tiveram nas últimas semanas com relação aos países interessados em comprar doses da vacina russa Sputnik V, incluindo críticas até mesmo a países de fora do bloco, como Sérvia, Bielorrússia e Cazaquistão.
No caso de países pertencentes ao bloco, como Hungria e Romênia, a União Europeia chegou inclusive a ameaçar com sanções caso esses governos decidissem comprar e distribuir vacinas sem que aprovação pelos demais países.
O governo húngaro chegou a anunciar, em meados de novembro, que iniciaria a vacinação com o imunizante russo já neste mês de dezembro, o que provocou uma resposta bastante agressiva das autoridades europeias.
No caso do produto desenvolvido pelas farmacêuticas privadas, a postura é bastante mais dócil, e até colaborativa. A União Europeia inclusive já comprou 200 milhões de doses da vacina da Pfizer/BionTech, e especula com a compra de outras 100 milhões ainda este ano.
Tal decisão chegou a ser criticada por alguns governos, que alegam não ter condições financeiras para comprar a vacina privada, que tem um dos mais altos preços do mundo (chega de 40 dólares por dose) sem contar o gasto logístico, que também é altíssimo, devido à exigência de manter o produto sob uma temperatura de -70°C.