Nasceu neste sábado (14) um novo bloco econômico, e não um qualquer, pois desde esse nascimento já se trata do novo “maior bloco do mundo”, como anunciaram seus criadores. Portanto, anotem estas letras: RCEP, a sigla em inglês do Tratado Econômico de Integração Regional.
Após oito anos de negociações, o novo bloco foi oficialmente inaugurado durante a reunião de encerramento da cúpula da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), ocorrida no Vietnã, que contou com representantes dos 10 países que compõem este organismo multilateral (além do Vietnã, também formam parte Brunei, Cambodja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura e Tailândia) e de 5 países convidados: Austrália, China, Coréia do Sul, Japão e Nova Zelândia.
Os objetivos do tratado incluem a redução das tarifas comerciais, o fortalecimento das cadeias produtivas com base em regras comuns de informação sobre a origem dos produtos e a sistematização das regras que regulamentam o comércio eletrônico. O primeiro-ministro do Vietnã, Nguyen Xuan Phuc, anunciou o novo bloco dizendo que “já nasce com a responsabilidade de impulsionar uma recuperação econômica dos países o mais rápido possível”, em referência às necessidades que os países-membros têm em função dos efeitos da pandemia de covid-19.
A China liderou a conformação do bloco que abrangerá 30% da população mundial, atingindo cerca de 2,2 bilhões de consumidores, cujas atividades correspondem a 30% da economia mundial.
Essa representação inclusive poderia crescer, já que existe a intenção de incorporar a Índia em um futuro a médio prazo. Aliás, a participação desse país só não foi possível desde já devido aos recentes conflitos fronteiriços entre China e Índia, que naturalmente afetaram todas as relações entre os dois países.
Quem ficou de fora foram os Estados Unidos, o que, no futuro, pode gerar uma grande desvantagem comercial para algumas empresas norte-americanas e outras multinacionais fora desta zona de livre comércio, especialmente após a decisão de Donald Trump de retirar seu país do TPP – o Tratado TransPacífico, que Barack Obama passou anos tentando viabilizar, e que Joe Biden promete retomar a partir do ano que vem.