A forte repressão que tem sido vista no Peru diante dos protestos que estouraram após a derrubada do presidente Martín Vizcarra e a posse de Manuel Merino já deixou mais de 20 jornalistas que cobriam as manifestações feridos no país até esta sexta-feira (13).
Segundo levantamento da Associação Nacional de Jornalista do Pero (ANP), entre segunda-feira (9) e quinta-feira (12), foram 26 os profissionais de imprensa vítimas da forte repressão, que tenta sufocar as mobilizações que denunciam que houve um golpe de Estado no país.
"Infame repressão contra repórteres e fotojornalistas durante cobertura de protesto social legítimo em Lima e região. A ANP documentou pelo menos 26 casos em 3 dias", disse a secretária-geral da ANP, Zuliana Lainez, em seu Twitter.
A Defensoria Pública do Peru publicou nesta sexta-feira (13) um balanço dos protestos, apontando que houve "uso excessivo e desproporcional" das forças de segurança e que "deve ser evitado o uso irregular de gás lacrimogêneo e espingardas".
Segundo a Defensoria, até o momento 19 pessoas ficaram feridas durante a jornada e 18 foram detidas.
"Como Defensoria Pública, apontamos mais uma vez que o uso da força deve ser feito de forma racional, necessária e proporcional, conforme estabelecido pelas leis, regulamentos e instrumentos internacionais das Nações Unidas. É responsabilidade dos comandantes garantir que as operações de restauração da ordem interna sejam realizadas no respeito pelos direitos dos cidadãos", diz trecho do documento.
Nesta tarde, o jornalista Renzo Mazzei, diretor da rede estatal TV Peru anunciou sua renúncia apontando tentativa de manipulação da informação contra os protestos.
Segundo o veículo de mídia independente Wayka, a manifestação de quinta-feira foi a maior da história do Peru. O Diário La República classificou a manifestação como um recado "contundente" a Merino.
Confira alguns registros: