Medidas contra Covid fazem vírus influenza não circular no hemisfério sul em 2020, diz estudo

A questão que fica é: será que depois da vacina contra o coronavírus as pessoas vão continuar lavando as mãos e usando máscaras quando estiverem com sintomas de gripe? Para médicos, essas medidas deveriam ser permanentes

Ação de fiscalização sobre uso de máscaras para prevenção do novo coronavírus no centro de SP - Foto Divulgação/Governo de São Paulo
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Distanciamento social, usar máscaras e lavar as mãos. Essas medidas de combate ao coronavírus podem afastar outro vírus, além do SARS-CoV-2, o causador da Covid-19. Segundo estudo publicado pelo Centers for Disease Control and Prevention, a porcentagem de testes que deram positivos para a Influenza (H1N1) caíram nos EUA, Austrália, Chile e África do Sul. Nos EUA, o índice de testes positivos entre maio e agosto deste ano foi de 0,20%, em 2019, no mesmo período, foi de 2,35%. Dados dos países do hemisfério também sul mostram uma queda na circulação do vírus influenza.

“O declínio global na circulação do vírus da influenza parece ser real e simultâneo com a pandemia Covid-19 e suas medidas de mitigação”, dizem os pesquisadores. “No futuro, algumas dessas medidas de mitigação da comunidade podem ser implementadas durante epidemias de influenza para reduzir a transmissão, particularmente em populações com maior risco de desenvolver doenças graves ou complicações.”

Para o médico pneumologista Fred Pontes “durante a pandemia aprendemos como vencer a influenza. Máscara, distanciamento, higiene. Simples assim. Sem precisar de remédio de 10.000 dólares. O problema: normalizar o uso de máscara. O uso de álcool gel e o isolamento de sintomático respiratório”. E ele recomenda: “É hora dos profissionais de saúde, sociedades médicas e influenciadores se adiantarem na campanha: Quem tem gripe deve usar máscara”.

Os japoneses já faziam isso bem antes da pandemia. "Quando alguém está doente, por respeito, usa a máscara para evitar infectar os outros", disse à BBC Mitsutoshi Horii, professor de sociologia da Universidade Shumei, no Japão, em julho.

Segundo o médico infectogista Marcos Caseiro, além da máscara quando estiver com sintomas, é essencial lavar as mãos. De acordo com ele, muitas doenças podem ser evitadas com a lavagem das mãos, como a influenza. “As mãos são as principais formas de contaminação de doenças.” Ele explica que as partículas da saliva podem ficar nas superfícies, ao tocá-las com a mão a pessoa pode entrar em contato com o vírus, e depois leva as mãos a boca, nariz e olhos. Assista à entrevista com o Caseiro abaixo.

https://youtu.be/cS0YHq-l85g