A visita de Mike Pompeo à Índia, nesta terça-feira (27), teve como objetivo declarado o fortalecimento da chamada “aliança anti China” que seu país está promovendo. Mas também havia um objetivo oculto: buscar apoio dos indo-estadunidenses com direito a voto nas eleições presidenciais dos Estados Unidos deste 3 de novembro, em favor de um segundo mandato para Donald Trump.
Talvez Pompeo imaginou que receberia do presidente indiano, Narendra Modi, a mesma recepção subserviente que costuma ter do brasileiro Jair Bolsonaro. Mas não foi o que aconteceu. Pelo contrário, o mandatário asiático se mostrou bastante preocupado em mostrar que não pretende tomar partido nas eleições do país norte-americano.
“Os Estados Unidos é um aliado estratégico para o nosso país, e continuará sendo, ao menos se depender de nós, pois pretendermos manter uma boa relação em qualquer cenário”, disse Modi, que também fez questão de dizer que seu país não tem qualquer posição com respeito às eleições presidenciais estadunidenses.
A retórica de Modi visa claramente a manutenção de um espaço de diálogo com um possível governo dos Estados Unidos nas mãos do Partido Democrata, caso Joe Biden vença o pleito do dia 3 de novembro – para o que é inclusive favorito, ao menos segundo as pesquisas eleitorais.
Por sua parte, Pompeo prometeu que a administração de Trump “pretende estar do lado da Índia em seus esforços para defender sua soberania e liberdade das ameaças das China”.