A população de Genebra, na Suíça, em conjunto com sindicatos, aprovou em um referendo nesta semana a criação de um salário mínimo de 23 francos suíços por hora, o que equivale a 4.086 francos mensais em uma jornada semanal de 41 horas, ou R$ 25 mil por mês. Mais de 58% dos eleitores votaram a favor do projeto.
De acordo com os sindicatos locais, não é possível viver com dignidade em Genebra com um salário menor do que este, já que a cidade é considerada uma das mais caras do mundo. O aluguel de um apartamento com dois quartos, por exemplo, custa em média 3.000 francos, ou seja, mais de R$ 18 mil. Além disso, um trabalhador pode gastar mais de 670 francos, ou R$ 4 mil, em um mês com transporte, seguro de saúde e contas da casa.
Em comparação com outros países, no entanto, o salário mínimo de Genebra é um dos maiores do mundo. O valor equivale a mais do que o dobro pago nos países vizinhos Alemanha e França (1,5 mil euros).
A aprovação do salário mínimo ocorre em meio à crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus. Os sindicatos afirmam que houve um aumento no número de pessoas procurando centros de doações de comida na cidade. Entre os setores mais afetados conta da pandemia estão hotelaria, restauração, limpeza, economia doméstica, cabeleireiro, estética e varejo.
Trata-se da terceira tentativa Genebra em implementar um salário mínimo. A população havia votado "não" em 2011 a um projeto local e rejeitado em 2014 uma iniciativa dos sindicatos em nível federal.