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Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Bagdá (Iraque) neste sábado (4) para a cerimônia fúnebre do o general Qasem Soleimani, comandante da Força Al Quds, a unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã. Ele foi assassinato durante um bombardeio promovido pelos Estados Unidos na capital iraquiana na última quinta-feira (2).
O evento foi marcando por um clima de tensão. Bandeiras norte-americanas foram queimadas e o grito de "morte à América" foi uníssono. Além do corpo de Soleimani, foram velados os corpos de outros cinco líderes mortos no mesmo ataque.
"Como Trump perdeu o Iraque: centenas de milhares de iraquianos gritando 'morte à América' se juntaram ao funeral do general Soleimani em Bagdá", escreveu, pelo Twitter, o australiano Tim Anderson, que é professor, escritor e internacionalista, especialista em conflitos na região.
Uma cerimônia pública em homenagem a Soleimani e os outros líderes iranianos mortos será realizada também na capital Teerã, segundo autoridades locais.
Filha quer vingança
Também neste sábado, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, visitou a família do general assassinado. De acordo com as agências locais, durante o encontro, a filha de Soleimani pediu vingança ao mandatário iraniano. "Quem vai vingar a morte do meu pai?", teria perguntado, ao que Rouhani teria respondido: "Todo mundo vai se vingar".
Bombardeio para “evitar guerra”
Em declaração dada na tarde desta sexta-feira (3), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o assassinato do general Qasem Soleimani deveria ter acontecido “há anos atrás” e que seu objetivo foi “evitar uma guerra”.
Legítima defesa
Em carta enviada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas na noite desta sexta-feira (3), o Irã subiu o tom contra os Estados Unidos.
O embaixador do Irã nas Nações Unidas, Majid Takht Ravanchi, escreveu em carta que seu país se reserva ao direito de legítima defesa. Ele afirma ainda que os Estados Unidos cometeram um “ato de guerra”. “É um um óbvio exemplo de terrorismo de Estado e, como um ato criminoso, constitui uma violação grosseira dos princípios fundamentais do direito internacional”, declara.
Em um recado direto, Ravanchi ainda dispara: “A resposta para uma ação militar é uma ação militar”.