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Um estudo da rede de organizações não-governamentais Oxfam, divulgado neste domingo (19), revelou que o número de bilionários duplicou nos últimos dez anos, fazendo com que essa pequena parcela da população concentre mais recursos que 60% das pessoas. O documento, que está sendo publicado às vésperas da reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, escancara o aumento acelerado da desigualdade e da concentração de renda nos últimos anos.
A pesquisa diz ainda que 2,1 mil bilionários têm em 2020 uma riqueza acumulada superior aos 4,6 bilhões de pessoas mais pobres do mundo. Portanto, se os bilionários pagassem apenas 0,5% de imposto extra sobre a sua riqueza durante uma década, isso permitiria investimentos para criar 117 milhões de novos empregos em áreas sociais.
Em outro trecho, o relatório também ataca a política neoliberal de alguns governos, como o do Brasil. "A maioria dos líderes mundiais ainda está perseguindo agendas políticas que conduzem a uma maior distância entre os que têm e os que não têm", disse.
"Líderes como o Presidente Trump nos EUA e o presidente Bolsonaro no Brasil são exemplos dessa tendência. Eles estão oferecendo políticas como redução de impostos para bilionários, obstruindo medidas para enfrentar a emergência climática, ou o racismo de turbo-carregamento,o sexismo e o ódio às minorias", declarou.
Desigualdade sexista
A Oxfam também destaca que mulheres pobres são diretamente afetadas por esse sistema que fomenta a desigualdade. "Juntas, elas acumulam 12,5 bilhões de horas de trabalho não remunerado todos os dias", diz o relatório, que acrescenta que "os 22 homens mais ricos do mundo têm mais riqueza do que todas as mulheres da África".
Além disso, cerca de 42% das mulheres executam mais de 75% do trabalho não remunerado do mundo, como cuidar de casas, crianças e idosos.