Ditadora boliviana pressiona Argentina para não permitir que Evo Morales faça política

Preocupação de Jeanine Áñez tem a ver com as eleições presidenciais de maio, na qual Morales não será candidato, mas segundo a ditadora, “atua como chefe de campanha mesmo estando fora do país”. Governo argentino diz que “Evo não está proibido de fazer política, e seu status só o impede de fazer comentários sobre a política interna da Argentina”.

Evo Morales e Alberto Fernández, em reunião na Bolívia (Foto: reprodução)
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Em conferência de imprensa neste domingo (19), a ditadora boliviana Jeanine Áñez afirmou que vem conversando com representantes do governo da Argentina, país onde o ex-presidente Evo Morales se encontra na qualidade de asilado político. Segundo a mandatária, sua intenção é a de obrigar o governo de Alberto Fernández a proibir seu inimigo de fazer política. A preocupação de Áñez, segundo suas próprias palavras, são com as eleições presidenciais, que estão marcadas para o mês de maio. Morales não será candidato, mas segundo a ditadora, “atua como chefe de campanha mesmo estando fora do país”. “Ele (Morales) não deveria estar comandando de Buenos Aires a campanha do MAS (Movimento Ao Socialismo, partido evista). Ele está na Argentina como refugiado, e essa atitude viola claramente o espírito do direito ao asilo e ao refúgio”, reclamou Áñez. Ela também afirma que “o direito ao asilo e ao refúgio, filosoficamente, são necessários e respeitados em todo o mundo. Por isso, estamos reclamando que a Argentina o respeite de acordo com esses princípios. O ex-presidente não deveria estar participando do processo político na Bolívia nem dando declarações e fazendo reuniões sobre isso em seu país de refúgio”. Durante a semana, representantes da oposição argentina também pressionaram Fernández a respeito das ações políticas promovidas por Evo Morales, entre elas, a reunião, na quinta-feira (16), que definiu o ex-chanceler David Choquehuanca como presidenciável do MAS para maio, e o jovem líder cocalero Andrónico Rodríguez, que lidera a maioria das pesquisas, como seu vice. Diante dessas acusações, a resposta do governo argentino foi clara: “Evo Morales não violou os parâmetros do asilo que lhe foi concedido, e não está proibido de fazer política. Seu status só o impede de fazer comentários sobre a política interna da Argentina, o que ele tem cumprido à risca.