Escrito en
GLOBAL
el
Em entrevista ao jornal italiano La Stampa, o Papa Francisco saiu em defesa do Sínodo da Amazônia, evento duramente criticado por Jair Bolsonaro (PSL), e mandou indireta ao governo brasileiro. "Não é reunião de políticos", disse. O Papa também alertou que o planeta vive “situação de emergência”, citando lixo no mar e desmatamento.
Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém
As críticas ao encontro católico, que acontecerá no próximo mês, entre 6 e 27 de outubro, no Vaticano, vieram desde o presidente a Olavo de Carvalho e general Eduardo Villas Bôas. Bolsonaro chegou a afirmar, inclusive, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estava monitorando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apoiadora do encontro.
A CNBB lançou uma contra-ofensiva nas redes sociais para rebater as críticas do governo. "Lamentamos imensamente que hoje, em vez de serem apoiadas e incentivadas, nossas lideranças são criminalizadas como inimigos da pátria”, escreveram, em carta aberta.
Com essa notícia de espionagem, o conflito entre o governo brasileiro e o Sínodo dos Bispos ganhou cobertura internacional. O jornal espanhol El País, sob o título “Bolsonaro está espionando o papa?”, registrou em coluna que “o presidente e seus generais tentam convencer que a Europa quer tomar a Amazônia” e que “a próxima briga pode ser com o papa”.
O Crux Now, principal veículo católico nos EUA, entrevistou o arcebispo Roque Paloschi, de Porto Velho, para a reportagem “Católicos denunciam ataques contra povos indígenas na Amazônia”. E, na quinta (5) o britânico The Guardian entrevistou o bispo emérito do Xingu, Erwin Kräutler, sob o título “Queimadas são verdadeiro Apocalipse”.