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A Suprema Corte da Inglaterra julgou como ilegal, por onze votos a zero, nesta terça-feira (24), a decisão do premiê, Boris Johnson, de suspender as atividades do Parlamento por cinco semanas, e ordenou a retomada dos trabalhos "assim que possível".
Após o anúncio, líderes de outros partidos pediram que Boris renuncie ao cargo, do qual tomou posse em 24 de julho, há exatos dois meses. Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, disse que o premiê deveria "reconsiderar sua posição". Um eufemismo para a renúncia.
Joanna Cherry, porta-voz do SNP (Partido Nacional Escocês), foi mais direta. "A posição de Boris Johnson é insustentável e ele deve ter a coragem de renunciar.
Jo Swinson, líder dos Liberais Democratas, disse que Boris "não está apto para ser premiê".
Nigel Farage, do Partido do Brexit, pediu a renúncia de Dominic Cummings, principal assessor de Boris, apontado como autor da ideia de suspender o Parlamento.
No voo de ida para Nova York, Boris disse que não renunciaria se a Justiça derrubasse a suspensão do Parlamento. Há a expectativa de que ele antecipe sua volta à Londres para tratar da crise política.
"Ilegal, sem efeito e sem efeito"
A presidente da suprema corte inglesa, Lady Hale, foi quem anunciou decisão. Nenhuma das partes recebeu cópias antecipadas do julgamento devido à sua extrema sensibilidade. Apenas sete dos 11 juízes que ouviram o caso estavam presentes no tribunal.
Ao proferir julgamento, Hale disse: "A questão surge em circunstâncias que nunca surgiram antes e é improvável que surjam novamente".
Depois, julgando o tribunal sobre se a decisão de suspender o parlamento era legal, Hale disse: "Este tribunal concluiu que o conselho do primeiro-ministro a Sua Majestade [suspender o parlamento] era ilegal, sem efeito e sem efeito. Isso significa que a ordem no conselho a que conduziu também era ilegal, sem efeito e sem efeito, deveria ser anulada.
Nos últimos dias de funcionamento, o Parlamento aplicou duras derrotas a Boris: negou, por duas vezes, seu pedido por novas eleições, e aprovou uma lei que obriga o governo a pedir uma prorrogação de prazo para a saída da UE caso não haja um acordo firmado até 19 de outubro.
Forte defensor do brexit, Boris disse que prefere morrer a pedir um novo adiamento, e defende que a saída seja feita com ou sem acordo. Ele está em Nova York, para participar da Assembleia Geral da ONU.
Com informações do The Guardian