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A aliança Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu (conhecida pela sigla S&D), que reúne hoje mais de 150 deputados e é um dos maiores blocos de deputados no Parlamento Europeu, indicou os nomes de Raoni, Marielle Franco e Claudelice Silva dos Santos para receber o prêmio Sakharov, a principal homenagem de direitos humanos da UE. A eleição ocorre pelo legislativo europeu em outubro.
A distinção já foi concedida para personalidades como Nelson Mandela, Aung San Suu Kyi, Mães da Praza de Maio e Malala, além da oposição venezuelana e dissidentes cubanos anti-castristas.
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Segundo o grupo, os indicados "representam vozes a favor dos direitos humanos e da proteção do ambiente".
O cacique Raoni, que voltou a percorrer a Europa por apoio e foi nomeado com um dos candidatos ao prêmio Nobel de 2019, foi indicado por suas "quatro décadas de cruzadas para salvar a sua pátria, a floresta amazônica". "Ele é um símbolo vivo da "luta pela vida" das tribos, uma luta para proteger sua cultura única, que está diretamente ligada à própria natureza", disseram os deputados.
Outra indicada é Claudelice Silva dos Santos, ambientalista e defensora dos direitos humanos. "Ela se tornou uma ativista após o assassinato de seu irmão e cunhada, que foram mortos por seus esforços para combater o desmatamento ilegal e o desmatamento na floresta amazônica brasileira", explicaram os europeus.
De forma póstuma, Marielle Franco também concorre. Os deputados lembram que, como "política brasileira abertamente gay, feminista e ativista de direitos humanos", ela foi "uma crítica da brutalidade policial e das execuções extrajudiciais". Marielle foi executada em março de 2018.
Entre os deputados, não se esconde que a meta das nomeações é também a de denunciar a atual política do governo Bolsonaro. "Durante anos, o Brasil tem sido um dos países mais perigosos das Américas para os defensores dos direitos humanos e, como revelou a Global Witness, também o mais arriscado do mundo para os defensores dos direitos humanos relacionados à terra ou ao meio ambiente", disse Kati Piri, vice-presidente de S&D.
"A luta desses indicados do Brasil merece ser destacada, pois representam a causa dos defensores ambientalistas e ativistas LGBTI em todo o mundo. Embora os povos indígenas representem menos de 1% da população brasileira, um número desproporcional está sendo morto em conflitos de terra", declarou.
"Desde que o novo regime tomou posse, em janeiro, o governo Bolsonaro estabeleceu um clima de medo para vários defensores dos direitos humanos, adotando medidas que ameaçam os direitos à vida, à saúde, à liberdade, à terra e ao território dos brasileiros", alertou.
Com informações da coluna de Jamil Chade