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A participação da Colômbia na Copa América foi interrompida na última sexta-feira (28), quando a equipe foi eliminada pelo Chile, nos pênaltis, depois de um empate em 0x0. Contudo, uma torcerdora que acompanhou a seleção em seus jogos por terras brasileiras se diz satisfeita por ter dado o seu recado.
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Se trata de Angie Catalina, uma jovem que esteve em todas as partidas de sua seleção com uma faixa denunciando os assassinatos de líderes sociais, que lamentavelmente sempre foram comuns em seus país, mas que se tornaram mais frequentes desde o ano passado.
“Mais de 600 líderes sociais assassinados na Colômbia desde 2016” é o que diz o pano que ela leva escondido em sua bolsa, para não ser confiscado. “Queria que o mundo mostrasse este protesto. A Copa América é uma plataforma onde podemos denunciar à América Latina a ao mundo que está acontecendo na Colômbia”, explicou a estudante em entrevista ao portal russo RT.
Segundo Catalina, “o problema não começou com este governo (de Iván Duque, que assumiu a presidência em agosto de 2018), mas tem piorado bastante, e cada vez estão matando mais gente”. Além disso, ela diz aproveitar o fato de ser parte do setor social mais privilegiado, “e assim posso protestar de alguma forma, já que as pessoas das comunidades e movimentos e comunidades regionais afetados pela violência não têm como vir até aqui, e tampouco têm acesso a outros meios de comunicação, para mostrar o que estão sofrendo”.
Além disso, ela confessa que sua manifestação foi criticada por outros torcedores colombianos presentes nos jogos, “que diziam estar misturando futebol e política”.
A ONG Indepaz (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz, da Colômbia) destaca que desde janeiro de 2016 até maio de este foram registrados 837 homicídios considerados como crimes políticos. Entre as vítimas, 702 eram líderes comunitários ou de movimentos sociais, e outros 135 eram ex-guerrilheiros das FARC (outrora Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, agora transformada no partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum, mantendo a sigla).
Por sua parte, a ONU (Organização das Nações Unidas) reconhece ao menos 51 homicídios entre janeiro e maio de 2019.
Com informações do RT.