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Neste domingo (30), perguntada por um repórter do jornal italiano La Reppublica sobre o motivo pelo qual decidiu se tornar capitã de um navio humanitário, a bióloga marinha alemã Carola Rackete disparou: "Sou branca, nasci em um país rico e tenho o passaporte adequado".
Uma das comandantes do navio Sea Watch 3, Rackete foi presa neste sábado (29) após atracar na Sicília (Itália). Sua embarcação trazia 40 pessoas que foram resgatadas no Mar Mediterrâneo. A acusação é que ela teria violado uma lei estabelecida pelo ministro do Interior Matteo Salvini, que proíbe navios que tragam refugiados de atracar nos portos italianos.
"Não foi um ato de violência, apenas de desobediência", disse a capitã em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.
A decisão de Rackete de atracar na Sicília aconteceu após duas semanas de impasse nas negociações com as autoridades italianas. A cientista e marinheira alemã afirmou que a “era preciso arriscar a entrar no porto, porque a situação a bordo do navio estava mais desesperadora do que nunca”.
Ela foi colocada em prisão domiciliar no final de semana e aguarda julgamento.
Rackete não é a primeira comandante do Sea Watche 3 a ter problemas com a Justiça italiana, desde o começo do ano. Sua colega Pia Klemp aguarda sentença pelo mesmo motivo: violar as leis de Salvini contra os que trabalham no resgate de refugiados no Mediterrâneo.
Segundo essa nova legislação, ambas correm o risco de pegar penas que vão desde multas altíssimas ou mesmo prisão – que poderia chegar até os 20 anos.
Apoio de outros países
No sábado (29) o governo francês, que recebeu 10 dos 40 migrantes do Sea Watch 3, declarou que "a política italiana de fechamento de portos era contrária à lei marítima".
Já o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, teceu críticas ao governo italiano. "Esperávamos que um país fundador da Europa pudesse lidar com isso de forma diferente".
*Com informações da RFI