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Depois de uma noite complexa, o Peru amanhece nesta terça-feira (1º) com dois presidentes. Um é Martín Vizcarra, que dissolveu o Congresso e convocou novas eleições nesta segunda (30). Outro é Mercedes Araóz, até então vice de Vizcarra que se voltou contra a medida e aceitou um mandato oferecido pelo Congresso de maioria fujimorista, grupo de oposição.
A reação veio logo após o anúncio de Vizcarra. Em uma sessão que contou com a presença de apenas 86 dos 130 parlamentares, o Congresso aprovou a suspensão temporária de Vizcarra por "incapacidade moral" e nomeou como presidenta interina a vice Mercedes Aráoz.
Vizcarra, porém, ignorou a decisão da vice e não saiu do palácio de governo. Logo depois, as Forças Armadas e a Polícia Nacional do Peru soltaram comunicados reconhecendo somente Vizcarra como presidente.
No momento em que foi indicada, Araóz fez seu juramento diante do presidente do Congresso, Pedro Olaechea, logo depois que os parlamentares votassem uma moção de “afastamento temporário” de Vizcarra. Diante de congressistas da Força Popular, partido fujimorista, e do Apra, centro-esquerda, Araóz prometeu “iniciar uma etapa de convivência democrática e um acordo de governabilidade”. Ela ainda acrescentou que tem o “dever como cidadã, mulher, mãe e vice-presidente de assumir este mandato".
Na noite desta segunda-feira (30), o presidente Martín Vizcarra tomou a decisão de decretar a dissolução do parlamento, comandado pela oposição, após os congressistas rejeitaram "moção de confiança" levantada por ele, nomearem ministros suspeitos para o Supremo e se negarem a antecipar das eleições gerais para 2020. Partidos de esquerda do Peru apoiaram a medida, enquanto congressistas alinhados com Keiko Fujimori tentam declarar vacância na presidência.