Temer recebe vice-presidente dos EUA; na pauta, Base de Alcântara e Venezuela

Em sua coluna na Fórum, Notas Internacionais, a socióloga Ana Prestes destaca os principais assuntos do dia, entre eles, as negociações do governo Temer para entregar a base militar aos Estados Unidos

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- Vice-presidente dos EUA, Mike Pence, chega amanhã (26) ao Brasil. Na pauta dos encontros já marcados para sua estada: Base de Alcântara, imigração venezuelana para o Brasil e as quase 50 crianças brasileiras separadas dos pais em solo americano. - Em uma eleição bastante conturbada, Erdogan é reeleito com pouco mais de 26 milhões de votos (52,6%) para mais 5 anos na presidência da Turquia. Agora com mais poderes, devido a recentes mudanças constitucionais. Obteve também maioria no parlamento, o que chegou a ser apontado como uma dúvida na véspera da eleição. O AKP (partido da justiça e desenvolvimento), de Erdogan, e o aliado MHP (partido do movimento nacionalista), tiveram respectivamente 42,6% (295 parlamentares) e 11,1% (49 parlamentares) nas eleições para o legislativo. Partido oposicionista CHP (partido republicano do povo) teve 22,6% (146 parlamentares) dos votos. O partido comunista TKP foi excluído da concorrência eleitoral poucos meses antes das eleições. Os comunistas e outros partidos excluídos criaram a plataforma This Social Order Must Change para lançar candidatos independentes no pleito, mas nenhum foi eleito. - Ingleses foram às ruas no sábado (23), data de aniversário de dois anos do plebiscito que aprovou o Brexit. Querem uma nova votação para ver se era isso mesmo que eles queriam. Uma das faixas do protesto dizia: “17 milhões votaram em Adolf Hitler. 17 milhões votaram no Brexit. 17 milhões podem estar errados”. - Matteo Salvini, o Ministro do Interior da Itália, que está posando de líder anti-imigração, viajou para a Líbia. Em sua conta no Twitter escreveu: “Missão Líbia, vamos!”, com direito a selfie tirada dentro do avião militar que o conduzia. Ele tenta construir um acordo para que autoridades líbias atuem e não permitam que ONGs resgatem migrantes na costa da Líbia, evitando que estes migrantes cheguem à costa italiana. - Vem ganhando corpo na União Europeia, nos últimos dias, a ideia de criar um grande campo de refugiados e imigrantes fora da Europa. O tema entrou oficialmente na pauta da próxima reunião do bloco em Bruxelas ao final desta semana. Eles chamam os centros de “plataformas regionais de desembarque”, onde os migrantes passariam por uma “triagem” para que fossem apuradas suas “reais necessidades”. Agora eles precisam de algum país, no norte da África ou nos Balcãs (claro!) para abrigar o campo. Europa sendo Europa. - O tema das “plataformas de desembarque de migrantes e refugiados” foi tratado por líderes de 16 países da UE neste domingo (24) em Bruxelas. A reunião foi uma tentativa de construir consenso para a reunião do Conselho Europeu que se aproxima. Quatro países se recusaram a participar do “encontro informal”: Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia. O encontro foi marcado pelo desconforto que a chanceler alemã Angela Merkel enfrenta em seu país com seu ministro do interior, Horst Seehofer, também presidente do partido que é seu maior aliado, CSU (união social cristã), que quer medidas mais duras contra migrantes sob pena de romper a aliança que sustenta o governo de Merkel. - Enquanto os líderes europeus tentavam se acertar em Bruxelas, 948 imigrantes foram resgatados na costa da Líbia só neste final de semana. Tentavam chegar à Europa atravessando o Mediterrâneo. - Na Catalunha, o presidente regional, Quim Torra, disse que estão preparados para receber no mínimo 1800 refugiados. Uma demonstração de que fazer política na Europa, mais do que nunca, gira em torno de como cada líder atua com relação aos migrantes. - Começou à meia-noite desta segunda (25) a terceira paralisação geral contra o governo Macri. Todo setor de transportes parado. Assim como, bancos, coleta de lixo, professores e serviços em geral. Enquanto isso, pela primeira vez desde o início do governo Macri, Cristina Kirchner aparece na sua frente nas pesquisas de opinião eleitoral. - Fim de semana foi marcado por episódios de violência no continente africano. Na Nigéria, cerca de 86 pessoas morreram em um conflito entre cristãos e muçulmanos no centro do país, estado de Plateau. No Mali, pelo menos 32 pessoas morreram em conflito entre agricultores e caçadores denominados como “dozo”. No Zimbabue, uma explosão ocorreu a poucos metros do presidente do país, Emmerson Mnangagwa (assumiu no lugar de Mugabe), enquanto ele falava para o público em um comício. Ele é candidato nas eleições presidenciais de julho, primeira eleição após queda de Mugabe. - Nos EUA, cresce a atenção para a situação das crianças separadas dos pais, após uma semana de duros questionamentos vindos de todas as partes do mundo e das principais autoridades internacionais, da ONU ao Papa. Na noite do domingo (24), o porta-voz do Departamento de Segurança Nacional, Tyler Houlton, divulgou que 538 crianças separadas de seus pais já foram reunidas às suas famílias. Mais de 2000 crianças seguem apartadas de seus pais. Enquanto isso, Trump também tuitava ao longo do domingo, defendendo que o país deporte imediatamente, sem processo judicial, imigrantes que tentem entrar em solo americano. Em uma das postagens ele diz: “We cannot allow all of these people to invade our Country” (Nós não podemos permitir que todas essas pessoas invadam nosso país). - O final de semana foi de mais tensão na Nicarágua. Os conflitos se deram dentro da UNAN (universidade autônoma da Nicarágua) entre opositores e defensores do governo de Ortega. Fala-se em 5 mortes. Também no fim de semana, o país relembrou, em especial os sandinistas, o aniversário de 82 anos que faria Carlos Fonseca Amador, professor, bibliotecário e fundador da Frente Sandinista de Libertação nacional. Atuante opositor dos Somozas e admirador de Sandino, morreu em combate contra a ditadura na Nicarágua. - Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, elevou o tom de ameaças ao Irã, afirmando que o país investe no desenvolvimento de armas nucleares e que isso suscitará uma fúria mundial contra o país. - Fim de semana também foi de fortes tensões na Guerra da Síria. Governo tenta recuperar região do sul do país e houve bombardeios de forças aéreas russas, forças iraquianas também atacaram pontos do Estado Islâmico em território sírio. - A uma semana das eleições presidenciais, México continua mergulhado em uma profunda onda de violência. No sábado (23), pelo menos 6 pessoas foram mortas enquanto assistiam ao jogo da seleção do México na Copa do Mundo de Futebol da Rússia em Ciudad Juárez. López Obrador continua liderando as pesquisas para as eleições do próximo 1º. de julho. - Pela primeira vez um membro da família real britânica estará em solo palestino, príncipe William iniciou visita que inclui Israel, Jordânia e Palestina. - Ontem, domingo (24), foi Dia do Exército na Venezuela. O presidente Maduro aproveitou para demonstrar a unidade cívico-militar na condução do país. Segundo ele, as forças armadas estão preparadas para as tentativas de desestabilização, vindas principalmente da Colômbia neste momento. No dia anterior, sábado (23), se reuniu o Conselho de Ministros do país para estabelecer formas mais rápidas de atendimento das principais demandas da população no que diz respeito aos serviços públicos, como eletricidade, recursos hídricos, gás e transporte público. Esta foi a segunda reunião sob o comando da nova vice-presidenta executiva do país, Delcy Rodríguez. - Várias cidades do mundo tiveram suas edições da Parada Gay 2018. Cidade do México (México), Santiago (Chile), Guatemala (Guatemala), Ljubljana (Eslovênia), Nova York (EUA), Chennai (Índia) e outras. Mês de junho marca a ocorrência de marchas do orgulho LGBT pelo mundo.