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Aos 79 anos, ex-presidente cumpria uma pena de 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos e corrupção
Por Opera Mundi
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski (PPK), que nesta semana conseguiu evitar o impeachment no Congresso, concedeu neste domingo (24/12) indulto humanitário ao ex-presidente Alberto Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000. "O Presidente da República, usando os poderes conferidos a ele pela Constituição Política do Peru para tais fins, decidiu conceder um perdão humanitário ao Sr. Alberto Fujimori", declarou a Presidência da República.
O indulto a Fujimori ocorre após o presidente PPK ter vencido, na última quinta-feira (21/12), uma batalha no Congresso com a ajuda de dez membros da Fuerza Popular, que não votaram por seu impeachment. A abstenção dos fujimoristas evitou que a oposição alcançasse os votos necessários para o afastamento do presidente. Para a aprovação do impeachmet, eram necessários 87 votos, mas a oposição, sem o apoio fujimorista, obteve 79 votos.
A decisão foi justificada com um parecer de uma junta médica, que recomendou a liberação de Fujimori em razão de um "doença progressiva, degenerativa e incurável".
Alberto Fujimori, de 79 anos, cumpria uma pena de 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos e corrupção. Ele havia sido hospitalizado no sábado (23/12) em uma clínica local, com diagnóstico de hipotensão e arritmia cardíaca.
A decisão de PPK foi comemorada por Kenji Fujimori, filho mais novo do ex-presidente: "Gostaria de agradecer ao presidente Pedro Pablo Kuczynski, em nome da família Fujimori, pelo gesto nobre e magnânimo de dar um perdão humanitário ao meu pai, Alberto Fujimori, e estamos eternamente grato a você, Presidente, Deus o ilumine", escreveu Kenji no Twitter.
Também Keiko Fujimori, líder do partido fujimorista Fuerza Popular, festejou a liberdade de seu pai via Twitter: "Hoje é um ótimo dia para a minha família e para Fujimorismo, finalmente meu pai é gratuito, isso será um Natal de esperança e alegria!", escreveu o ex-candidato presidencial.
Minutos após a decisão PPK de indultar Fujimori, o porta-voz do partido governista, Vicente Zeballos, afirmou ao jornal "El Comercio" que renunciou ao posto. "Eu simplesmente não concordo com a determinação do presidente Kuczynski, não cabe em minhas convicções políticas", explicou Zeballos.