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Expulsão é uma forma de repudiar o governo de Michel Temer e vale "até que se restitua o fio constitucional que o governo de fato vulnerou"
Por Redação
A Venezuela decidiu expulsar de seu território, neste sábado (23), o embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira.
"No âmbito das competências da Assembleia Nacional Constituinte, em que está justamente a soberania, nas nossas bases de comissão, decidimos declarar 'persona non grata' o encarregado de negócios do Canadá, e declarar 'persona non grata' o embaixador do Brasil, até que se restitua o fio constitucional que o governo de fato vulnerou, no caso deste país-irmão", anunciou Delcy Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional Constituinte venezuelana.
Desde o golpe de 2016, quando Michel Temer assumiu o poder no Brasil por meio de um processo de impeachment, o Brasil passou a adotar uma política externa subordinada a interesses dos Estados Unidos e tem tentado interferir na Venezuela, apoiando a oposição ao atual governo.
Um dos principais fatores que influenciou na decisão da Venezuela de expulsar o embaixador brasileiro foi a cláusula de barreira aprovada no Congresso do Brasil que impede que partidos pequenos tenham participação eleitoral. Em sua fala sobre a medida, Delcy Rodríguez citou também o golpe contra Dilma Rousseff em 2016.
"Vimos algumas posições minoritárias a nível internacional. Essa é uma informação para este país, não para outros governos. O caso a que você se refere, especificamente, do Brasil, neste ano, depois do golpe de estado que houve no Brasil, contra a presidente Dilma Rousseff, foi aprovada no Congresso a chamada cláusula de barreira, que impede justamente que partidos pequenos possam ter participação eleitoral", afirmou.
O Itamaraty, por meio de nota, informou que se for confirmada a expulsão do embaixador, "aplicará medidas de reciprocidade".