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Damiana Negrim Barcellos não participava do protesto que reuniu 300 mil pessoas contra a reforma previdenciária de Macri, mas foi presa ao voltar para casa, acusada de provocar as forças de segurança
Por Marcelo Auler, em seu blog
Ela tem apenas 25 anos. Argentina por naturalidade, é também cidadã brasileira como sua mãe, a assistente social e ex-professora universitária Marisa Barcellos. Na sexta-feira (15), segundo canais de TV argentinos, Damiana Negrim Barcellos, que trabalha na produção de cinema e estuda artes visuais no Instituto Universitário Nacional del Arte (IUNA), se transformou em “personagem do dia”.
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Tudo por conta da selvageria dos gendarmes (força federal argentina, misto de polícia e militar) que a prenderam às 19h da quinta-feira (14), quando 300 mil argentinos ocuparam as ruas em torno do Congresso Nacional, em Buenos Aires. Protestavam contra a reforma das “pensões” que, como no Brasil, dificultará a aposentadoria dos trabalhadores.
As manifestações públicas na Argentina impediram que os governistas que apoiam o presidente Maurício Macri avançassem em seus propósitos reformistas. Até quando, ninguém arrisca prever. A votação foi remarcada para segunda-feira (18).
Mesmo sem estar no protesto – ela voltava para casa – ao ser pega, Damiana viu-se acusada de provocar os gendarmes. Segundo o jornal Pàgina12, ocorreu com mais quatro dos 44 presos na marcha: dois que passavam pelo local; outros dois, moradores de rua.
O fato de ela não estar na manifestação é apenas um detalhe. Na verdade, como descreveu Marisa na manhã deste sábado ao Blog enquanto a filha dormia após 24 horas de violências e tensão, “participamos das manifestações, pois a julgamos justas e necessárias. Mas, casualmente ela não estava na manifestação”.
Sua prisão se deu a 200 metros do Congresso Nacional, na esquina da Calle Callao com Bartolé Mitre, no centro de Buenos Aires.
Um transeunte filmou a cena. Segundo a mãe, ao ser empurrada, caiu sobre uma moto. Uma moça tentou ajudá-la, mas os gendarmes a agarraram e levaram-na forçosamente.
O vídeo circulou pelas redes sociais e a transformou, como disse um canal de TV argentino, na sexta-feira (15) após ser solta às 14h, “na personagem do dia de Buenos Aires”.
“A condição da prisão dela foi muito violenta – basta ver o vídeo – por ele se vê que foi extremamente… em condições absolutamente violentas“, desabafou a mãe ao falar ao Blog. Acrescentou: “Ela foi confundida por uma caçada demente contra todas as pessoas… Uma coisa demente que estava acontecendo, não tinha nenhum tipo de racionalidade. Era apenas violência. Violência contra o povo trabalhador e o povo manifestante”.
Leia a matéria completa no Blog do Marcelo Auler.
Foto: Tiempo Argentino