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Ex-presidenta foi eleita pela província de Buenos Aires, embora os grandes vencedores do pleito, que renovou parte do Senado e da Câmara de Deputados, tenham sido Mauricio Macri e seu partido, que obtiveram ampla vantagem nas urnas.
Da Redação*
Concorrendo pela província de Buenos Aires, Cristina Kirchner foi eleita senadora na Argentina. Com 98% dos votos apurados, o candidato governista Esteban Bullrich liderou o pleito com 41,35 % dos votos, seguido pela própria ex-presidenta com 37,27 % e 11,33 %, de Sergio Massa, completando a lista de eleitos. Os candidatos da Frente Justicialista e Frente da Esquerda dos Trabalhadores (FIT) — Florencio Randazzo e Néstor Pitrola — ficaram com 5,30% e 4,75% dos votos, respectivamente.
No entanto, o grande vencedor do pleito foi Mauricio Macri, que acumulará depois das eleições legislativas deste domingo (22) enorme poder. Sua coalizão, Cambiemos, se tornou o centro do poder no país, com uma vitória acima das expectativas, substituindo, dessa forma, o peronismo como eixo central da política argentina. As vitórias em cinco grandes distritos colocam Macri em uma posição de poder inédita desde 1985, a última vez que um não peronista, Raúl Alfonsín, conseguiu amplo domínio em eleições legislativas de meio mandato. A legenda do presidente ganhou, inclusive, na província de Buenos Aires.
As eleições renovaram 24 das 72 cadeiras do Senado e 127 das 256 da Câmara de Deputados, além do legislativo estadual. A presença foi de 78%, 5,5% a mais que a última eleição.
Entre os deputados, em Buenos Aires também lidera o partido de Macri, com um total de 42,15% dos votos, seguido da Unidad Ciudadana, que obteve 36,26%. O Cambiemos se impôs na maioria das províncias argentinas e conduz em Córdoba, Mendoza, Corrientes, Chaco, Entre Rios, Jujuy, La Rioja, Neuquén, Salta, Santa Cruz e Santa Fé.
Cristina Kirchner, grande protagonista da campanha com sua decisão de voltar a conceder entrevistas, parecia derrotada após as últimas pesquisas. Entretanto, na reta final surgiu o caso de Santiago Maldonado, que comoveu o país. A descoberta do cadáver do jovem de 28 anos, que desapareceu durante uma operação policial que reprimia os mapuches, na Patagônia, fez com que o kirchnerismo sonhasse em reverter a tendência anunciada pelas pesquisas. Mas ainda que Cristina conseguisse êxito em Buenos Aires, a vitória de Macri no resto do país foi tão grande que seu domínio na política argentina será quase total nos próximos meses.
Falando sobre os resultados da votação, Kirchner destacou o crescimento da Unidad Ciudadana enquanto “o resto das forças da oposição não resistiu ao avanço do partido no poder”. “Conseguimos aumentar votos, fomos capazes de crescer, mesmo que tenhamos enfrentado a concentração de poder mais forte e sem precedentes que se tem lembrança desde a restauração da democracia”, afirmou. A ex-presidenta fez uma campanha sem muitos recursos e sofreu perseguição por parte da grande mídia e do judiciário, que desde sua saída da presidência tenta inviabilizá-la politicamente.
Com informações do Brasil 247, Sputnik Brasil, o Cafezinho e El País
Foto: Presidência da Argentina