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Direita e esquerda travam queda de braço no Parlamento e nas ruas; chavistas denunciam golpe.
Do Brasil de Fato
A oposição ao presidente venezuelano Nicolás Maduro na Assembleia Nacional (AN), que tem maioria parlamentar, convocou uma sessão extraordinária neste domingo (23), na qual declarou que o país passa por uma “ruptura da ordem constitucional”. Para os representantes do chavismo, que protestavam dentro e fora do Parlamento, a ação dos opositores constitui uma tentativa de golpe parlamentar.
A iniciativa da direita na Assembleia ocorre logo após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) suspender temporariamente, na última quinta (20), a segunda coleta de assinaturas para a realização de um referendo revogatório do presidente. A medida do órgão eleitoral é justificada por irregularidades e fraudes detectadas por tribunais penais de diversos estados no processo de coleta anterior. De acordo com as leis do país, são necessárias duas coletas de assinatura para convocar o referendo.
Na sessão do domingo, a oposição também discutiu um acordo para destituir o presidente Nicolás Maduro sob o argumento de abandono do cargo, já que o mandatário se encontra em viagem por países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), sem o aval do Parlamento.
O líder do Bloco da Pátria na AN (de situação), Héctor Rodríguez, afirmou durante a sessão que a oposição está “tentando dar um golpe parlamentar de Estado como ocorreu no Brasil, Paraguai e Honduras”.
O deputado do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), disse ainda, durante um programa da Venezolana de Televisión, que “todos os governos deles (direita) suspenderam garantias políticas, de liberdade de expressão, organização política, ou seja, é uma oposição venezuelana que tem um passado com características completamente antidemocráticas”.
Os parlamentares socialistas convocaram a população para uma marcha a favor do governo, na próxima terça (25), a partir da avenida Libertador até o Palácio de Miraflores (sede do governo), na capital venezuelana Caracas. Na data, o presidente Nicolás Maduro retorna de sua viagem ao Oriente Médio, onde debate o preço do petróleo com outros países exportadores.
Foto de Capa: Prensa AN