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Netanyahu classifica ataque de 'terrorista' e ANP culpa Tel Aviv: 'Esse crime não teria ocorrido se o governo israelense não insistisse em incentivar assentamentos'
Por Opera Mundi
Um bebê palestino de um ano e meio morreu queimado em um incêndio causado por colonos israelenses dentro de uma casa na Cisjordânia nesta sexta-feira (31/07).
Os pais da criança — Ali Saad Dawabsha — e um de seus irmãos, de quatro anos, ficaram feridos e foram encaminhados para hospitais. Algumas das vítimas sofrem queimaduras em mais de 70% do corpo e estão em estado grave.
O ataque aconteceu na cidade de Duma, próxima a Nablus, onde judeus ultraortodoxos quebraram as janelas da residência e jogaram em seu interior bombas incendiárias. A família estava dormindo durante o ato.
O Exército israelense reforçou a presença de suas tropas na área para iniciar uma grande busca dos suspeitos. Na casa, havia pichações com o símbolo da estrela de Davi e inscrições em hebraico como “Vingança” e “Vida longa ao Messias”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que ficou “chocado”, classificou o ataque como “terrorista” e prometeu que "todos os meios" serão empregados para levar os agressores à justiça.
Um porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, responsabilizou Tel Aviv pelo incêndio. "Esse crime não teria ocorrido se o governo israelense não insistisse em incentivar os assentamentos e proteger os colonos", disse Nabil Abu Rdainah. Por sua vez, o grupo islâmico palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, pediu vingança.
Além disso, a Palestina anunciou que levará o caso ao TPI (Tribunal Penal Internacional), reportou a Agência Efe. Segundo o porta-voz da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Xavier Abu Eid, os ataques “ocorrem devido à impunidade que Israel garante aos colonos”.
“Se esses colonos estão aí, é por uma decisão política de Israel. Estão protegidos por Israel, que agora não pode se surpreender com os crimes cometidos por uma cultura de ódio que eles mesmos implantaram", acusou.
Entenda o caso
Ataques de colonos israelenses contra civis palestinos são comuns na região, dado que judeus gozam de tratamento privilegiado e raramente são condenados por suas hostilidades.
A Cisjordânia é um território palestino controlado pela ANP (Autoridade Nacional Palestina), mas cujas terras são constantemente anexadas pelo governo israelense.
Na quarta-feira (29/07), por exemplo, Netanyahu autorizou a construção de 300 novas casas no assentamento judaico de Bet O, no território palestino ocupado.
Cerca de 500 mil judeus moram em mais de 100 assentamentos construídos desde a ocupação da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental em 1967. A atitude é considerada ilegal pelo direito internacional e pelas Nações Unidas.
Foto: Reprodução